O presidente Jair Bolsonaro (PL) faltou ao depoimento na Polícia Federal marcado para essa sexta-feira (28). A oitiva estava marcada para as 14h. A decisão foi tomada pelo presidente após reuniões com os ministros da Advocacia-Geral da União (AGU).

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 A AGU ingressou com um recurso no plenário do Supremo argumentando que Bolsonaro não é obrigado a comparecer por ser investigado no inquérito. 

Segundo o jornal O Globo, a AGU quer que o plenário do STF decida se Bolsonaro é obrigado a comparecer e se ele pode prestar esclarecimentos por escrito. O órgão pede também a suspensão da oitiva até o julgamento do mérito.

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) prestasse depoimento presencialmente na Polícia Federal, nesta sexta-feira. Na oitiva, o chefe do Executivo teria que explicar o vazamento do inquérito do ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Entenda por que Bolsonaro foi intimado

A investigação foi solicitada pelo TSE após Jair Bolsonaro citar um relatório em que a Corte teria admitido invasão às urnas eletrônicas em 2018. A fala aconteceu durante uma transmissão nas redes sociais em agosto do ano passado.

— Quem diz isso é o próprio TSE […], de que no período de novembro de 2018, o código fonte [das urnas] esteve na mão de um hacker. O código fonte estando na mão do hacker, ele pode tudo. Pode-se apertar 1 e sair o 3, pode-se apertar o 17 e sair nulo, pode-se alterar voto, fazer tudo — declarou o presidente à época.

O presidente também publicou o inquérito nas redes sociais.

Em 2018, a Polícia Federal de fato abriu inquérito para apurar a suposta invasão após denúncia publicada pelo portal TecMundo. Hackers procuraram o site alegando que conseguiram acessar informações privilegiadas e confidenciais dos sistemas do TSE. O texto, no entanto, deixava claro que não houve acesso às urnas eletrônicas.

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Depoimento já tinha sido adiado

A intimação do presidente aconteceu no ano passado. Em 29 de novembro, o ministro Alexandre de Moraes deu 15 dias para que a oitava acontecesse. A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu a prorrogação do prazo, e Moraes concedeu mais 60 dias.

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Sem a indicação de data para prestar depoimento, o ministro do STF definiu essa sexta-feira como data do depoimento. O sigilo dos autos também foi pedido por Moraes.

O depoimento está marcado para ocorrer na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, localizada no Setor Policial Sul.

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