Desde o fim da Olimpíada de Pequim, a rotina da ginasta Jade Barbosa tem sido de tratamento intensivo da lesão grave que tem no punho. Ela sofre de osteonecrose, problema que prejudica a irrigação no capitato, o osso central do punho, e limita seus movimentos. A atleta tem vendido camisetas em seu site www.jadebarbosa.com.br para custear os gastos com fisioterapia e demais despesas. Jade não recebeu qualquer contato da Confederação Brasileira de Ginástica.

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– Eles te usam até o ponto que dá e depois te jogam fora – declarou a atleta na noite deste domingo, em entrevista à Rádio Gaúcha.

Jade disse que não sabia da gravidade da lesão antes dos Jogos Olímpicos. Segundo ela, a CBG estava ciente do problema:

– Eu não sabia de nada o que estava acontecendo. Eu acho que a Confederação tinha completa noção, porque eu fiz exames em janeiro de 2008, dizia que eu estava com muita dor, reclamava, fazia exames de 15 em 15 dias. Mas eles falavam para mim que não era nada, mas eu só tomava remédio e remédio. Só fui saber a lesão que eu tinha quando voltei para o Rio e procurei o meu médico – esclareceu.

– Eles tinham que se responsabilizar mais, porque eu morei na seleção quatro anos. Eu era menor de idade, minha responsável era a coordenadora da seleção. Eles deveriam ter tido um cuidado maior comigo – completou.

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A ginasta também não foi procurada pelo Comitê Olímpico Brasileiro e cobrou mais apoio não só para ela, mas a todos os atletas:

– É interessante o Comitê Olímpico Brasileiro ajudar todos os atletas antes da Olimpíada, não só dar uniforme. Acho que deveria haver um investimento maior, porque chega na Olimpíada e todo mundo quer cobrar medalha. Aí fica difícil – declarou.

Jade treina no Flamengo e também sofreu com os atrasos de salário. No entanto, segundo ela a situação está se normalizando. A ginasta explicou que a lesão no pulso melhorou, mas ela ainda não pode realizar todos os exercícios normalmente.

O pai da atleta, César Barbosa, revelou, em entrevista à coluna Bola Dividida de Mário Marcos, que a filha terá uma consulta com um especialista em São Paulo na próxima semana.

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