O ex-ministro da Defesa Jacques Wagner (PT) foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a pagar uma multa de R$ 15 mil pela nomeação do marido da ex-ministra e ex-senadora catarinense Ideli Salvatti (PT) a um cargo em Washington (EUA). A nomeação de Jeferson da Silva Figueiredo ocorreu em setembro de 2015, meses depois de a catarinense assumir um posto na Organização dos Estados Americanos (OEA), também na capital americana. A decisão de multar o político baiano foi tomada pelo plenário da corte na última quarta-feira, informou o portal G1.

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Jeferson da Silva Figueiredo é 2º tenente músico do exército e assumiu cargo de ajudante da Subsecretaria de Serviços Administrativos e de Conferências na Junta Interamericana de Defesa por um período de dois anos, a partir do dia 1º de outubro de 2015. Já o posto de Ideli vai até o ano de 2020, pelo menos.

Na reunião da corte, o ministro relator, André de Carvalho, também pediu a inabilitação de Jaques Wagner para cargos públicos por seis anos, porém os seus colegas, puxados pelo ministro revisor José Múcio, consideraram a punição desproporcional.

Em seu voto, o ministro relator afirmou que a nomeação de Figueiredo ocorreu apenas por interesses particulares. Carvalho afirmou ainda que a transferência foi feita sem a devida consulta do Superior Comando Militar. O relatório do caso aponta que o ato foi “ilegítimo” e “antieconômico”. O marido de Ideli recebe um salário mensal de US$ 7,4 mil, aproximadamente R$ 23,3 mil no câmbio atual.

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Ao G1, a assessoria do ex-ministro informou que a decisão de nomear Figueiredo obedeceu parecer da Advocacia Geral da União (AGU) e que a multa era passível de recurso, embora Wagner ainda não tenha decidido se irá recorrer. Falou ainda que a tese do ministro relator foi derrubada em plenário, apesar da multa.

A ex-ministra Ideli Salvatti informou que não vai se manifestar sobre o caso.