A surfista catarinense Jacqueline Silva, 31 anos, deve receber alta do hospital Geelong neste sábado ou domingo, na Austrália. Tudo vai depender da avaliações diárias que são feitas por três médicos que acompanham sua recuperação após a realização de uma cirurgia no joelho direito afetado pelo acidente de carro na última terça-feira.
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Após a alta, ela ficará hospedada na casa de um amiga brasileira até o dia 8 de maio, quando está marcada a viagem de retorno ao Brasil. Deitada na cama de um quarto do hospital Geelong, em Victória, no Sul da Austrália, a surfista conversou por telefone com o clicEsportes.
ClicEsportes – Como você está se sentindo quatro dias após o acidente?
Jacqueline Silva – Estou numa situação um pouco delicada. Deitada na cama, com a perna imobilizada, não posso fazer movimentos bruscos que sinto dor. Está bem desconfortável, mas o pessoal está me dando bastante remédios para diminuir essas dores.
ClicEsportes – O problema é o joelho direito, que foi afetado pelo impacto da colisão?
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Jacque – Sim, eu sofri um corte profundo no joelho direito, que atingiu a cartilagem e osso (a patela). Chegou a perfurar o osso. Não foi tão simples assim.
ClicEsportes – E qual é o prognóstico de recuperação dos médicos?
Jacque – Eles me falaram que teria que ficar duas semanas com a perna imobilizada e mais seis semanas sem colocar o pé no chão. Mas surfar mesmo só dentro de três ou quatro meses.
ClicEsportes – Ou seja, a temporada 2011 acabou para você?
Jacque – Esse ano para mim acabou, porque depois de Bells teria uma prova na Nova Zelândia, outra em Sidney (Austrália), nas duas semanas seguintes, e no Brasil, em maio. Depois teria apenas mais uma prova no WT. Mesmo que eu corresse as etapas do WQS não teria como me classificar. Prefiro tirar esse tempo para me recuperar totalmente. Mas é bem provável que eu receba o injury card, o convite que a ASP oferece ao atleta lesionado durante o ano que fica impedido de disputar a temporada.
ClicEsportes – Você chegou a temer que esse acidente pudesse acarretar o fim de sua carreira?
Jacque – Até fiquei um pouco receosa porque o pessoal que fez a cirurgia não me falou muita coisa. Apenas me perguntaram por quantos anos mais eu gostaria de competir e respondi que seria uns sete ou oito anos. Mas eles me disseram que o joelho poderia limitar um pouco a minha carreira. Fiquei preocupada, mas agora é seguir à risca as orientações para fazer uma boa recuperação e quem sabe rápida também se eu fizer tudo direito.
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ClicEsportes – Aqui no Brasil você vai consultar um especialista para acompanhar a recuperação?
Jacque – Sim, estou levando todas as radiografias e vou procurar um médico especialista em joelho para poder me recuperar direito e saber o que realmente aconteceu.
ClicEsportes – Você lembra como foi o acidente?
Jacque – Eu lembro de tudo, porque não perdi a consciência. Eu estava indo treinar de manhã cedo e andava na velocidade permitida da rodovia que é de 55 até 60 quilômetros por hora. Quando eu vi, uma caminhonete branca veio na minha direção. O motorista estava fazendo o retorno, teve o ataque cardíaco e veio reto, sem conseguir fazer a curva do retorno. Não tive muito tempo para pensar, ainda tentei desviar, mas ele bateu bem de frente.
ClicEsportes – Além dos problemas físicos, você também perdeu os equipamentos?
Jacque – Sim, porque as três pranchas estavam deitadas no banco do lado. Minha amiga me disse que todas as três quebraram o bico. Eram pranchas que fiz no Brasil.
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ClicEsportes – Como top do circuito mundial, você recebeu toda a assistência da ASP?
Jacque – Sim, mas recebi a visita do pessoal que trabalha na rodovia de Melbourne. A própria rodovia tem seguro para acidentes e paga. Se eles não passagem eu teria de acionar o seguro da ASP.
ClicEsportes – Segundo o Renato Hickel, tour manager da ASP, o segundo da entidade te garante a premiação mínima dos eventos que você vai participar?
Jacque – Até não estou inteirada sobre isso, mas é uma boa notícia já que vou ficar parada. Isso é muito para o atleta que fica numa condição como a minha.
Clic Esportes – O seu retorno ao Brasil está marcado para o dia 8 de maio?
Jacque – É, eu devo sair daqui no dia 8 de maio. Tenho passagem marcada junto com a Silvana Lima e uma amiga, então elas devem me ajudar. Até lá não sei como vou estar, mas espero que dê tudo certo para voltar. Chego no Rio, para onde iria competir se não tivesse acontecido o acidente.
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