Jackson “Tortora” Loureiro precisou de apenas 14 segundos para mandar Anderson Buzika para a lona, quebrar a invencibilidade de mais de sete anos do rival e anotar o recorde de nocaute mais rápido da história do Future MMA. Realizada no último fim de semana em São Paulo, a luta entre os pesos leves chamou atenção não apenas pelo desfecho, mas pelo clima entre os dois, que chegaram a se empurrar na última encarada dentro do decágono.
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— Eu entro sempre com o mesmo objetivo: nocautear ou finalizar. O clima já comeu na pesagem, após ele faltar com respeito com o meu mestre. Ali começou tudo. Dentro do cage o árbitro mandou a gente se aproximar e ele falou que queria uma guerra, eu sempre fui instruído a não encostar em ninguém antes da luta, mas também não deixar ninguém encostar em mim — relembrou o catarinense.
Sem toque de luvas, o dois fizeram base de muay thai, Anderson Buzika deu alguns passos à frente e logo recuou ao ser atingido por um chute de esquerda na linha de cintura. Em seguida, Tortora conectou um overhand de direita que desequilibrou o paulista e, dois passos adiante, lançou uma canelada em cheio na cabeça do rival, que já desabou inconsciente. A partir daí, o catarinense só precisou de mais alguns socos para garantir o triunfo.
Aos 24 anos de idade, Jackson Tortora agora possui um cartel de nove vitórias, seis delas por nocaute, apenas uma derrota, ainda em 2016, e um empate. Antes de impressionar com essa atuação devastadora no Future MMA, ele já havia chamado a atenção na Europa, onde, este ano, foi campeão do Serbian Battle Championship, na Sérvia. Apesar do currículo, o catarinense vive a realidade da maioria dos lutadores brasileiros, tendo que se dividir entre a carreira esportiva e em empregos convencionais.
— Já trabalhei muito como garçom, pizzaiolo, segurança… hoje continuo trabalhando muito, mas não como antigamente. Hoje em dia trabalho aos finais de semanas, para poder manter os gastos que todo lutador tem, mas sei que o futuro me guarda coisas boas e não precisarei me dividir mais.
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Marcelo Hulk sofre, mas vence
O peso-mosca Marcelo Hulk também representou Santa Catarina no decágono do Future MMA 8. Embora tenha passado um sufoco na maior parte da luta, resistindo a investidas do especialista de jiu-jitsu Danielo Adreani, o atleta da Tapera, em Floripa, levou a melhor ao cortar o adversário com uma cotovelada que abriu um corte profundo na testa, obrigando o médico a interromper o combate. Foi a quinta vitória consecutiva do atleta da equipe Rangel Farias/Tonicão Team.
A luta principal do evento consagrou o maranhense radicado no Maranhão Herbeth Índio, que, após mandar Taigro Costa para a lona com um cruzado de esquerda, deu números finais ao duelo com uma justa guilhotina, o que lhe rendeu o primeiro cinturão peso-galo da história da organização.