Há pouco mais de 25 anos, Cecilia Kerche pisava em Joinville pela primeira vez. Era, então, uma jovem bailarina em ascensão dançando O Lago dos Cisnes na Noite de Gala do Festival de Dança. Hoje, ela retorna à cidade para conversar sobre sua trajetória como uma das bailarinas de maior sucesso no Brasil.
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É quase impossível, no entanto, afirmar quantas vezes ela já esteve em Joinville desde aquela primeira visita – só em participações no Festival foram cerca de 20, como bailarina, jurada ou curadora artística -, e incontáveis são também as vezes em que foi a protagonista de O Lago dos Cisnes – ela é considerada a brasileira que mais vezes atuou em apresentações deste balé no exterior.
Todas estas informações devem ser apresentadas em um bate-papo na noite de hoje, quando ela conversa com a diretora da São Paulo Companhia de Dança, Inês Bogéa.
– Já me sinto da casa, uma cidadã da dança de Joinville. Nem sei se haverá muita surpresa, muita novidade, porque os joinvilenses acompanharam minha trajetória. Então, acho que será uma forma de relembrar comigo o caminho que percorri, e que ganhou repercussão com o Festival – afirma Cecilia.
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O evento faz parte da exposição Figuras da Dança, trazida a Joinville pelo produtor Darling Quadros por meio do Projeto Dança In Foco. Ela apresenta as grandes personalidades da dança em fotos, frases e em mini documentários, que serão exibidos todas as noites até 17 de março, na praça de eventos do Shopping Mueller.
– Os documentários dão voz aos bailarinos e, assim, mantém este legado para fazer com que as futuras gerações também os conheçam – avalia Darling, que há quatro anos produz exposições sobre dança para deixar esta arte mais próxima do grande público em Joinville.
Diferentemente de países com tradição na dança, o balé no Brasil só começou a ganhar destaque nos anos 1930. Ainda assim, o século 20 contou com grandes nomes como Jair Moraes, Angel Vianna e Ana Botafogo.
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– Em um país que tem a memória tão curta para tudo, especialmente para a arte, essa iniciativa é uma forma de preservar a história de nossos grandes artistas para a posteridade. Para mim, foi muito emocionante rever vídeos antigos e relembrar a minha carreira – analisa ela, que é primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio há 30 anos.
Agenda
Hoje, uma das primeiras paradas de Cecilia Kerche ao chegar à cidade será na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, local onde ela já deu aulas especiais, foi banca em seleção de novos alunos e ensaiou para espetáculos ao lado dos estudantes.
Amanhã, como contrapartida do Projeto Dança In Foco, ela dará uma aula especial para os alunos de dança clássica da Escola Municipal de Ballet – local que ela costumava frequentar mais quando era um dos QGs do Festival de Joinville.
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É um momento que remete aos tempos em que o local era sede do Festival de Dança e seus alunos tinham aulas com grandes coreógrafos do Brasil e do exterior.
– A nossa intenção é fazer ressurgir aquela época em que a Escola Municipal trazia profissionais para capacitarem seus alunos e professores. Essa iniciativa inicia com a vinda de Cecilia, que é uma referência no Brasil – conta a coordenadora da EMB, Elizete Demonti.