Ivo Meirelles passeava na última semana pelo Mercado Público de Florianópolis como quem estivesse andando pelas ladeiras da Mangueira, bairro onde naIsceu (com “i”, como na pronúncia de um carioca da gema) e viveu. Enquanto comia pastel de queijo e de camarão ele contou que pretende fazer uma homenagem a todas as escolas de samba de Florianópolis neste Ano-Novo. Reconhecido por sua paixão pela música brasileira, o cantor e compositor de 51 anos é um dos convidados do Réveillon da Magia 2014 da Capital.
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Ivo é o ex-vocalista do grupo Funk’n’Lata, mas é lembrado por sua atuação na Estação Primeira de Mangueira, uma das principais escolas de samba do carnaval carioca e ícone cultural do Brasil da qual ele foi presidente até abril deste ano. Por aqui, ele se apresenta na Avenida Beira-Mar Continental junto com a Desterro Bateria Show, projeto que reúne ritmistas e interpretes das escolas de samba da cidade.
Confira entrevista:
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Ivo Meirelles e o samba de Florianópolis
O que me motivou a vir para cá foi dar um alento para o povo de escola de samba que ficou meio órfão no último Carnaval e plantar a semente para que o próximo seja grandioso. É um intercâmbio que quero fazer com as baterias e ritmistas das escolas daqui. Em vez de trazer minha banda do Rio de Janeiro, quero tocar junto e trazer um pouco a minha cara.
Samba X MPB
As baterias das escolas de samba em geral não estão acostumadas a fazer shows com repertório diferente, com rock, pop, outros ritmos. Acho que na quadra tem que ser samba, mas fora a mistura é importante. É o que eu faço, tudo com a base do samba.
Música brasileira contemporânea
Música brasileira é uma coisa muito maluca. Temos compositores fantásticos, cantores idem. Temos um Brasil tão diferente, com tantas caras e ao mesmo tempo não temos uma cara definida. Fora daqui todo mundo conhece samba e dentro tem gente que nem sabe ainda o que é. Por isso é muito importante falar de música brasileira para os brasileiros. Gosto de misturar e mostrar o quanto somos diversos.
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História na Mangueira
Não dá para resumir minha história com a Mangueira. Nasci na Mangueira. Com 18 anos fui presidente da bateria, aos 21 anos ganhei um samba-enredo, aos 24 anos virei presidente da ala dos compositores. E morei lá até meus 48 anos de idade.