Com show eletrizante, que arrastou multidão, a Ivete Sangalo cantou por mais de três horas neste domingo (13) no Folianópolis. Clássicos como Sorte Grande, Arere e Abalou colocaram todos para dançar. Em entrevista exclusiva ao NSC Total, a cantora falou sobre a receptividade no Sul do Brasil e também relembrou legado de Gal Costa e Elza Soares.
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Antes mesmo do show iniciar, muitos fãs cercaram o trio elétrico de Ivete. Usando máscara, ela abanou de longe para quem estava por ali. A produção da artista afirma que está usando o equipamento de proteção por preocupação com uma possível nova onda de Covid-19.
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Vestida com uma roupa vermelho vibrante, “Veveta” recebeu nossa reportagem e comentou emocionada sobre o legado na música brasileira de Elza Soares, que morreu em janeiro deste ano, e Gal Costa, que morreu na última quarta-feira (9).
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— A existência dessas mulheres, deixa um legado que vai pra além da música, né? De representatividade, força, de fazer os seus ciclos existirem aqui, na maneira como deixaram. Sem dúvida nenhuma, a Elza é um exemplo de mulher, de força de luta, de ser uma mulher corajosa. Isso nos constrói, né? A gente vai pegando referência de uma, de outra. E Gal se tornou uma referência na música mesmo — revela.
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Com os olhos marejados ao falar da musa da tropicália, Ivete se mostra fã de carteirinha da artista.
— Eu tenho todos os discos de Gal Costa, eu ouvi todas canções que ela já gravou, inclusive os últimos álbuns dela. É outra mulher também transgressora, a frente de seu tempo. Gal tem tantas datas na vida dela que representam essa revolução — acrescenta.
Ela finaliza dizendo que “vão deixar saudades”, mas que o legado está “amparado na história”. Sendo uma das principais cantoras da música brasileira atual, Ivete acrescenta que o legado que ela gostaria de deixar para as próximas gerações são “a voz, a alegria, a história e escrever o máximo de coisas legais”.
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Ao longo dos mais de 20 anos de carreira, a artista já esteve em Santa Catarina muitas vezes. Porém, ela não esquece como tudo começou.
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— Quando eu comecei a minha carreira lá na Bahia, eu não imaginei que eu fosse me tornar uma cantora do Brasil. Não imaginei que seria conhecida em todo país, especialmente no Sul. E foi uma das primeiras regiões que abraçou a gente com muito carinho, desde a época da Banda Eva — finaliza.
Levando as melhores do axé ao público, a cantora subiu no trio por volta das 23h onde permaneceu até às 2h. Durante o trajeto ela comentou o tema do Folianópolis ser a Bahia e disse que, na verdade, a festa já homenageia o estado desde o início.
Com energia de carnaval e muito axé, foliões aproveitam o Folianópolis
De cima do trio era possível ver uma mar de gente acompanhando o veículo. Com uma energia surreal, ela fez todos pularem, dançarem, cantarem e até esquecer que o carnaval ainda não chegou. Um dos destaques da noite foi o coro cantando Pequena Eva, canção de 2005.
A performance de Ivete ainda contou com a participação de Carla Cristina, ex-vocalista da banda As Meninas, conhecida pelo hit Xibom Bombom, de 1999.
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Na sequência, Psirico entrou com a difícil missão de manter a alegria do público elevada no mesmo nível que antes, e conseguiu. Com marchinhas de carnaval e o sucesso Lepo Lepo, os foliões aproveitaram até o último segundo da segunda noite de Folianópolis, que segue nesta segunda-feira (14).