Quando a reportagem chegou às 8 horas da manhã ao comitê de campanha de Ivan Rocha, no bairro Vila Nova, na zona Oeste de Joinville, o candidato pediu um minuto, enquanto terminava de recolher as folhagens da calçada. Ele havia acabado de chegar da escola a poucos metros dali, onde deixou a filha Natália, de cinco anos, e o filho Hugo, de dois anos. O trio foi de bicicleta – uma criança sentada na cadeirinha da frente, a outra, na cadeirinha

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atrás do pai.

– Há sempre uma disputa para saber quem vai na frente, mas na volta eles trocam de lugar – diz Ivan.

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O comitê é também a casa do candidato do PSOL e o escritório, de onde ele e a mulher Camila Sousa Delambert comandam uma pequena empresa de e-mail marketing e mídia social. Trabalhando sempre em casa, Ivan se veste de forma confortável. O traje mais formal fica para as horas em que precisa sair para os compromissos de campanha, e isto chama a atenção da filha.

– É roupa de prefeito – explica.

Trabalhar em casa possibilita a Ivan cumprir uma missão de grande valor para ele: a de ser um pai muito presente. Só que a vida como empreendedor é apenas parte de sua realização profissional e pessoal. É por isso que está em sua quarta campanha eleitoral.

– Sempre tive vontade de mudar o mundo, mas não tinha dom artístico – conta.

O PSOL foi uma escolha feita em 2008, depois de morar em Portugal. De lá, trouxe alguns aprendizados na bagagem. Um deles foi a experiência de venda de porta em porta. Ivan subia lances e mais lances de escada e percebeu que ser vendedor é ser cara de pau e não se importar com as mais diversas reações das pessoas durante a abordagem. A panfletagem da campanha, portanto, não o intimida. Até mesmo entregando santinho de candidatos a vereador, como aconteceu na quarta-feira passada, porque o seu ainda não estava pronto.

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Na Europa, Ivan também teve a oportunidade de conhecer outro conceito de sistema de transporte, aquele voltado para o uso coletivo e não individual. No retorno ao Brasil, engajou-se na luta por mudanças no transporte. Ivan também se identifica com a bandeira do partido de promover maior participação popular.

– Não quero ser um profissional da política, largar o resto para viver de cargo em cargo. Meu objetivo é aumentar a participação popular e atuar com honestidade. O estatuto do partido nunca aceitou receber dinheiro de empreiteiras ou bancos, e não vou dar dinheiro para gasolina a quem quiser usar o nosso adesivo no carro, isto é crime – explica.

Graduado em gestão do marketing, ele se diz pronto para assumir a Prefeitura porque tem projeto e porque faz uso dos serviços públicos.

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– Eu uso o SUS, meus filhos estão matriculados em escola pública, então, conheço os problemas de perto.