Bairro mais ao Sul de Joinville, na divisa com Araquari, o Itinga convive com as vantagens e desvantagens desta localização. Distante do Centro, o bairro, que também é caminho para as praias de São Francisco do Sul e Balneário Barra do Sul, acabou desenvolvendo um comércio independente e vislumbra um crescimento ainda maior com a instalação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Continua depois da publicidade
Por outro lado, o Itinga parece estar à margem de iniciativas públicas, tanto da Prefeitura de Joinville como a de Araquari. Por estar na periferia dos dois municípios, o bairro ainda precisa de mais investimentos na área de infraestrutura e ações voltadas à saúde e ao lazer, que têm sido as principais reivindicações da população há anos.
Para quem mora exatamente na linha divisória entre os dois municípios, a dúvida é: para quem reclamar e reivindicar melhorias? Isso sem contar a confusão provocada pelo fato de morar na fronteira.
Há moradores da rua Conrado André da Silva, por exemplo, recebem a conta de luz por um município e a de água por outro. O nome do bairro é o mesmo, mas de um lado da rua é Araquari, do outro, Joinville. Não há qualquer placa ou elemento natural marcando a linha divisória entre as cidades. E da mesma forma, os outros limites do bairro não são bem definidos, até porque, nos últimos anos, o Itinga foi desmembrado com a criação dos bairros João Costa, Profipo, Boehmerwald e Parque Guarani, surgido em 2004.
Uma divisão que não afetou o crescimento do bairro. Se na década de 1980 o recém criado Itinga tinha apenas 2,5 mil moradores, em 2008 chegou a 6,8 mil, conforme pesquisa realizada pelo Ippuj. Um crescimento alavancado pelo comércio.
Continua depois da publicidade
A instalação do campus da UFSC, do outro lado da BR-101, promete ser um marco na história do bairro. Segundo a gerente da unidade de pesquisa e documentação do Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj), Nilzete Farias Hoenicke, a tendência é de que o bairro passe por uma remodelação nos próximos anos, embalada pelas obras do campus e do contorno ferroviário Sul, em Araquari.
– Além desses dois fatores, o bairro pode deixar de ser área de transição entre Joinville e Araquari, ou caminho das praias de São Francisco do Sul, caso o uso industrial venha mais e mais a consolidar-se no Eixo Waldemiro José Borges, -rescenta.
A Waldomiro José Borges, que é a SC-301, é a principal rua do bairro, conhecida por muitos joinvilenses por ser a rota para São Francisco do Sul e suas praias.
Outro projeto da Prefeitura de Joinville que promete transformar a região, segundo a arquiteta do Ippuj, é a construção de uma via de contorno Leste do município, no prolongamento do chamado Eixo Ecológico Leste. Um novo acesso que contribuiria ainda mais com este crescimento industrial.
Continua depois da publicidade