As taxas de inadimplência no mercado de crédito estão mostrando elevação no início deste ano e assim devem continuar ao longo deste ano, prevê o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal.
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– Em 2009, a inadimplência será maior, infelizmente, do que foi em 2008 – afirmou hoje, atribuindo o movimento à piora da conjuntura econômica.
Para ele, é natural que as empresas e as pessoas tenham encontrado mais dificuldade em honrar seus compromissos. Entre outros motivos, ele citou como uma causa importante o aumento do desemprego. Ele evitou dizer se sua preocupação com o aumento da inadimplência é maior para o segmento de pessoa física ou jurídica. “São os dois”, resumiu, momentos antes da cerimônia Prêmio Qualidade em Bancos 2008, da Revista Banco Hoje, realizada nesta sexta-feira na capital paulista. Para Setubal, é difícil dizer ainda se o pior da crise já passou.
Segundo ele, há muitos problemas que ainda precisam ser superados. Mesmo assim, a avaliação do presidente do Itaú Unibanco é a de que no Brasil “as coisas estão melhores que lá fora”, pois a economia está mais administrável, e por isso, proporciona o melhor enfrentamento da crise. Juros As taxas cobradas para obtenção de financiamentos bancários estão menores hoje do que estavam em novembro do ano passado, quando atingiram seu pico de alta. A comparação foi feita pelo presidente do Itaú Unibanco.
– Hoje, elas estão bem mais baixas (do que há três meses) e continuam recuando – afirmou.
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Setubal alegou que a formação desses preços é feita por uma lógica de mercado, que, por sua vez, é composta de vários fatores. As taxas estão voltando, na avaliação de Setubal, em grande parte, em função das medidas anunciadas pelo governo desde o fim do ano passado. Ele disse que foi constatada uma redução da demanda ocasionada pela preocupação com a crise financeira internacional. Fusão Setubal disse acreditar que a integração das duas instituições será aprovada pelo Banco Central “nas próximas semanas”.
– Fizemos o anúncio há três meses, e a expectativa é a de que saia nas próximas semanas – disse.
De acordo com Setubal, com a união, as duas instituições se tornarão ainda mais fortes.
– Desde o anúncio, já elegemos um só comitê executivo para os dois bancos – confirmou.
Assim que a integração for aprovada pelo Banco Central, Setubal acredita que em mais algumas semanas a ação dos dois bancos possa ser negociada na Bolsa de Valores por meio de um só papel.
– Isso deve ocorrer até o fim deste trimestre – previu.