Um teste que simula a vibração produzida pelas torcidas durante uma partida de futebol será realizado no Itaquerão nesta sexta-feira. O mesmo ensaio foi feito há cerca de seis meses na Arena do Grêmio.

Continua depois da publicidade

A simulação tem como objetivo avaliar a segurança estrutural do estádio e verificar se as previsões do projeto estão de acordo com a estrutura necessária. A máquina, que tem uma base com área de 1m², produz vibrações em diferentes frequências.

– É possível programar quantos pulos por segundo quisermos. Podemos ter uma ideia de como será quando a torcida estiver comemorando um gol, ou cantando uma música, por exemplo – esclarece Marco Juliani, engenheiro especializado em dinâmica das estruturas da IEME Brasil, empresa responsável pelos testes.

O aparelho, chamado de Vibrodina, tem 2,5 toneladas e é colocado nas áreas mais propensas às vibrações provocadas pela movimentação das torcidas. Sensores espalhados pelo estádio detectam o nível das vibrações, que depois são comparados aos recomendados nas normas técnicas. Caso os números ultrapassem o permitido, reparações têm de ser feitas – como a construção de pilares de sustentação ou instalação de amortecedores, como foi feito no Morumbi.

– O comportamento da torcida quando o Morumbi foi construído era diferente do que é hoje. Agora, com a presença das torcidas organizadas, é preciso mais estrutura para sustentar tanta vibração – explica o engenheiro.

Continua depois da publicidade

No Olímpico, em 2009, foram realizados testes com a torcida dentro do estádio. Na ocasião, não foi necessário o uso da máquina, já que o objetivo era medir a vibração da arquibancada durante a avalanche. Com os níveis identificados, foi preciso reforçar a estrutura da arquibancada. Os números aferidos na época serviram como base para o projeto da Arena, que já foi construída levando em conta a alta vibração provocada pela torcida gremista ao comemorar um gol.