Há dez dias, o acesso por terra era quase impossível, e dois bairros ainda estavam tomados pela água. Hoje, Itapoá, no Litoral Norte, só tem olhos para o horizonte, lá na frente. Com apenas 20 pessoas em abrigos – chegaram a ser 300 – o balneário corre para mostrar aos turistas e veranistas que a cidade estará preparada para a temporada. É o jeito de evitar que outro problema venha por aí: o desemprego.

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O ritmo é quase normal. Máquinas trabalham para recuperar o asfalto que despencou no balneário Itapema, um dos principais da cidade. Bombeiros ainda vão de um lado para outro cortando árvores que ameaçam cair. As doações ainda chegam. Mas o foco é outro. Ao invés de comida e água, é preciso móveis e colchões.

E também material de construção. É para reerguer 15 casas, às margens do rio Saí-Mirim. Elas foram totalmente destruídas pelas chuvas. “Agora, esperamos que venham telhas e outros materiais de construção”, diz o coordenador da Defesa Civil, Antônio Edival Pereira. Líder comunitário, o padre Dejacir Pinho diz que a cidade mostrou uma força de recuperação incrível.

– Recebemos ajuda, mas o povo mostrou que pode fazer. Conforme os materiais chegarem, eles mesmos vão ajudar nas casas – explica.

Mas há outro problema ainda de difícil solução: os pescadores não pescam há mais de dois meses. Com o rio Saí-mirim assoreado, os barcos não têm passado. Muitos reclamam de perdas de material, como redes.

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