Itapoá tem sofrido diversos danos desde a passagem de um ciclone por Santa Catarina, no último dia 10. Houve ocorrência de ressacas e erosão costeira, causando um cenário de destruição em alguns pontos da cidade do Norte do Estado. Por isso, o município decretou situação de emergência nesta semana.

Continua depois da publicidade

> Acesse para receber notícias de Joinville e região pelo WhatsApp

O ciclone já havia causado destelhamento de casas e comércios, queda de postes e árvores, danos às ruas e alagamentos por causa da elevação do nível dos rios. Porém, as ocorrências continuaram após o evento climático, com a ressaca das marés que levou ao agravamento da erosão costeira.

No último fim de semana, aconteceu uma erosão na rua do Príncipe, no Balneário Cambiju, que causou fortes danos em oito casas. Também destruiu a rua, danificou postes de energia e a rede de distribuição de água, fazendo com que os moradores deixassem suas residências.

— [Os moradores] já estão tirando os seus pertences e procurando lugar para ficar porque de madrugada é assustador o barulho, é terrível. Quando começa a desabar, você não tem noção de como é terrível. Não dá para dormir — contou o chef de cozinha Marcio Daniello, em entrevista à NSC TV.

Continua depois da publicidade

A professora aposentada Elaine Lepri foi uma das moradoras que precisou deixar a casa por causa da destruição. Ela precisou pular o muro do vizinho para conseguir acessar a residência.

— Nós estamos na casa de amigos porque não podemos correr o risco. A acessibilidade já está totalmente proibida e ainda temos que tirar algumas coisas, sem energia elétrica e sem água — descreveu para a NSC TV.

Terceiro evento de calamidade desde o ciclone 

A Defesa Civil de Itapoá avaliou os custos de contenção do avanço do mar após a passagem do ciclone em cerca de R$ 450 mil. Porém, com o agravamento do último fim de semana, os valores devem crescer após nova avaliação.

Segundo o coordenador regional da Defesa Civil estadual, Edival Pereira, a situação se tornou ainda mais complexa porque aconteceram três eventos de calamidade pública desde o ciclone. Por isso, toda a documentação foi reunida para analisar e homologar o decreto de situação de emergência na última segunda-feira (29).

Continua depois da publicidade

— O que aconteceu foi que as pessoas ficaram sem o essencial, que são água e energia elétrica, e tiveram que se deslocar das suas casas devido ao avanço dessa erosão. O problema foi que aconteceu alagamento, vendaval e mais a erosão costeira. São três eventos em um único processo — explicou.

Enrocamento e outras providências

O prefeito de Itapoá, Marlon Neuber, explicou que o município atua, em conjunto com a Defesa Civil estadual, em um processo de resposta de ação que deve ser apresentado até o fim da semana, principalmente para os moradores em situação mais crítica.

O município também afirmou que continua em contato com o Estado para montar uma força-tarefa. O objetivo é colocar pedras para o enrocamento e para desviar o trecho, em conjunto com o governo estadual, por questões financeiras e orçamentárias.

— A previsão é de que, nesta semana, consigamos juntar essa força com a Defesa Civil estadual para executarmos a obra — afirmou o prefeito.

Continua depois da publicidade

Leia também:

Com ciclone, SC tem vento de até 111 km/h e registra três vezes mais chuva do que o esperado

Comandante dos bombeiros voluntários de Araquari morre afogado em rio

Obra de R$ 10 milhões na zona Sul de Joinville aguarda caixa de drenagem