Itamaraty afirma que já existem elementos para recusar visto a Julien Blanc

O Ministério de Relações Exteriores afirmou nesta quinta-feira por intermédio de sua assessoria, que até o momento, não há registro de pedido de visto por parte de Julien Blanc. O Itamaraty afirma que se o mesmo for solicitado já existem elementos suficientes que recomendam a recusa.

Confira a resposta do Itamaraty na íntegra:

– O Ministério das Relações Exteriores instruiu suas representações diplomáticas e consulares no exterior a consultar Brasília sobre eventual pedido de visto do senhor Julian Blanc. Até o momento, não há registro de pedido de visto. Caso uma solicitação de visto seja recebida por qualquer Embaixada ou Consulado no exterior, já existem elementos suficientes que recomendam a denegação. Para tanto, o Itamaraty acompanha o assunto em coordenação com o Ministério da Justiça e a Secretaria de Políticas para as Mulheres.

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O possível motivo que teria levado o Itamaraty a decidir por impedir a entrada de Julien seria o abaixo-assinado criado na internet, que até as 21h, tinha mais de 210 mil assinaturas. De acordo com a petição, o americano tem conferências agendadas para janeiro de 2015 no Rio de Janeiro e em Florianópolis (SC).

Segundo informações do Washington Post, Blanc foi deportado da Austrália nesta semana depois uma petição criada na internet, que teve mais de 41 mil assinaturas. Outra ação está sendo movida no Reino Unido.

A petição brasileira pretende repetir o feito australiano. O texto da ação afirma que Blanc “exalta a cultura do estupro, o crime de agressão e racismo, e profundo desrespeito pelas mulheres”.

Em um vídeo de suas aulas sobre como se relacionar com asiáticas, Blanc alega que “se você é um homem branco, pode fazer o que quiser”.

– Faça brincadeiras pelas ruas agarrando as garotas e colocando a cabeça delas no pênis. Todo estrangeiro branco faz isso – diz o norte-americano.

A petição para impedir a vinda de Blanc será endereçada ao Ministério das Relações Exteriores, à Secretaria Nacional de Segurança Pública e a Carla Carvalhaes Barbi, chefe da Delegacia de Imigração da Polícia Federal de São Paulo.

* Zero Hora

Confira o texto da petição completo:

À Dra. Carla Carvalhaes Barbi,

Delegada Chefe da Delegacia de Imigração.

Em nome de milhares de mulheres que todos os dias combatem a violência contra a mulher em São Paulo e no Brasil. Informa-la urgentemente que em janeiro de 2015 receberemos uma conferência estrangeira no Rio de Janeiro e em Florianópolis, que exalta à cultura do estupro, o crime de agressão e racismo, e profundo desrespeito pelas mulheres.

Esta conferencia é liderada pelo americano Julien Blanc, é um “profissional” que “ensina” homens a “pegar” mulheres, dando conferências. Ele é conhecido por “ensinar” táticas como: ignorar quando mulheres dizem não, fazer ofensas racistas, atacar a autoestima das mulheres e a GRANDE “tática” dele, é chegar SUFOCANDO mulheres em bares, com as mãos ao redor do pescoço, como mostrado nas fotos que você pode acessar em diversos sites e vídeos que estou anexando ao final deste e-mail.

Pessoas se mobilizaram e Julien Blanc teve seu visto cancelado e foi extraditado na Austrália, Reino Unido e eventos cancelados em diversos países.

Foi uma vitória para as mulheres destes países. E nós mulheres brasileiras não queremos este monstro aqui no nosso país para disseminar ainda mais a violência contra a mulher, uma luta de séculos que vem sido galgada a base de muita garra, É UMA LUTA DIÁRIA, e precisamos nos unir mais uma vez, TER VOZ E DIZER NÃO. O NÃO para a denuncia e a violência, que muitas vezes custam milhares de vidas todos os dias, pois a mulher silenciada tem sua vida levada pelo ralo. É esse Não que poderá salvar a vida de muitas outras se conseguirmos isso.

Esse homem é um criminoso, doente e que vem pro nosso país só ganhar dinheiro ensinando aos homens a estuprarem, a violentarem as mulheres. Não aguentamos mais isso!

No entanto, ao que parece, a agenda oficial diz que ele estaria vindo para o Brasil para dar “palestras” onde ensina suas “táticas”:

Hoje estamos com uma petição em andamento, e gostaríamos de poder contar com a sua ajuda! Como podemos fazer isso juntos da melhor forma?