Na manhã desta segunda-feira 270 pessoas já haviam sido cadastradas no abrigo da igreja São Cristóvão no bairro Cordeiros, em Itajaí. Segundo o voluntário da paróquia, João Adolar dos Santos, a maioria dos desabrigados são de localidades como a Murta, Vila da Miséria e Cidade Nova, especialmente das áreas ribeirinhas.
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Conforme a Prefeitura de Itajaí, há 247 desalojados, moradores que estão hospedados na casa de parentes, amigos e vizinhos, no município. Voluntários coordenados pela Secretaria de Desenvolvimento Social orientam a população que ainda irá necessitar do abrigo para levar documentos pessoais, alimentos não perecíveis, colchonetes, roupa de cama, travesseiro e material de higiene pessoal.
A moradora do Cordeiros, Elisangela Rodrigues, 34 anos, saiu de casa ainda na tarde de domingo com três dos oito filhos. Ela conta que por volta do meio-dia já estava entrando água na casa dela, na rua Vereador Telêmaco de Oliveira.
– Não ergui os móveis porque se erguer já não voltam para o lugar. Essa já é a minha segunda enchente – conta.
A principal preocupação de Elisângela no momento é com a saúde dos filhos.
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– Tem muita sujeira, animais mortos, as crianças podem ficar doentes – preocupa-se.
A vizinha de Elisângela, Gleide Fabiana Foss, 37 anos, também foi para o abrigo com os dois filhos. A moradora que luta contra um câncer no tórax há quatro anos, não aguenta mais conviver com alagamentos.
– Já estou cansada de trabalhar, comprar móveis e perder tudo – desabafa.
A melhora no tempo motivou o auxiliar de produção Clécio de Jesus, 27 anos, a deixar o abrigo no início da manhã desta segunda com a esposa Cristiane de Oliveira e os dois filhos.
Os moradores da Canhanduba, deixaram a residência onde moram após a invasão da água.
– A gente já tem pouca coisa e ainda perde o pouco que tem – lamenta Cristiane.
Até a água baixar, eles vão se abrigar na casa de amigos na localidade do Promorar.