Uma reunião na Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú, quarta-feira à tarde, deu o primeiro passo para que a cidade construa junto com Itajaí e Camboriú um modelo de transporte coletivo integrado. Um projeto de lei sobre o tema já tramita no Legislativo, e nesta quarta-feira a proposta foi detalhada às empresas concessionárias.
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A ideia é que os ônibus transitem entre os municípios com o usuário pagando apenas uma passagem no embarque. O texto ainda deve receber emendas e passar por audiências públicas antes de ser votado em plenário, e a expectativa é de que a integração possa acontecer até 2015.
O projeto é de autoria do vereador Fábio Flor (PP), que justifica a proposta pela forte ligação política, social e econômica entre as cidades. O encontro de quarta reuniu as empresas Coletivo, de Itajaí, e Expressul, de Balneário, e vereadores das duas cidades.
Representantes de Itapema também participaram, avaliando a implantação de sistema semelhante em seu município. Além disso, as concessionárias de Navegantes e Camboriú já teriam manifestado interesse na integração.
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– Paramos de ficar só filosofando e viemos para a realidade, de que precisamos de ações práticas para melhorar o transporte coletivo e reduzir o número de carros e motos nas ruas – destaca o vereador Fábio.
Em Itajaí, um projeto de lei também já foi protocolado na Câmara, pelo vereador José Ferreira (PP), e o texto está na fase de análise das comissões permanentes. Ainda não há data para que ele seja votado, mas o autor da proposta destaca que há algum tempo busca informações em outras cidades sobre os modelos de transporte.
– Estamos nos inteirando com Curitiba (PR) e Blumenau para que essa ideia dê resultados também na nossa região. Sabemos que não é da noite pro dia, mas a semente foi plantada – comenta.
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Concessões
Com os contratos das concessionárias encerrando apenas em 2021, em Itajaí, e 2027, em Balneário, a proposta de integração entre municípios é vista como uma alternativa a um projeto maior. O “sonho”, conforme o vereador Fábio Flor, seria um grande consórcio em todo o Litoral Norte, com licitação para que apenas uma empresa faça todo o transporte coletivo nas cidades.
O entrave é justamente a longa duração das concessões, além da dificuldade que o acordo de cada empresa termina em anos diferentes.
– Em vez de esperarmos uma década ou mais, queremos aproveitar as atuais concessões e já fazer uma espécie de consórcio. E as empresas de Itajaí e Balneário nos deram uma sinal bem positivo sobre a ideia – aponta o vereador.
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Empresas destacam necessidade de infraestrutura
As empresas concessionárias são enfáticas ao comentar dois aspectos do projeto: ele é fundamental para o futuro do transporte coletivo e precisa vir acompanhado de infraestrutura adequada nos municípios.
Em Itajaí, o consultor da Coletivo, Marco Littig, destaca que primeiro é necessário concluir a integração dento da própria cidade para depois pensar na região como um todo. Ele considera que a proposta precisa passar por várias adequações e aponta os corredores de ônibus como um dos pontos cruciais para o sucesso da ideia.
– Qualquer integração é bem-vinda, mas uma boa infraestrutura é essencial. Se não tiver corredor e o ônibus ficar trancado, não adianta – pondera.
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Diretor administrativo da Expressul, Evandro Luiz Ern diz que a empresa vê a iniciativa como o futuro do transporte público. Ele também avalia que a lei precisa de ajustes e indica que a atuação das administrações municipais será muito importante para que a integração efetivamente ocorra.
– As atitudes dentro do município serão fundamentais para que as coisas fluam e o transporte seja eficiente. Da parte das empresas, tecnologicamente e estruturalmente temos condições de começar esse projeto ainda no primeiro semestre de 2014 – afirma.
As propostas da integração
– O projeto de lei, criado em Balneário, busca a integração do transporte do município com Itajaí e Camboriú. No futuro, porém, a ideia é expandir a proposta para outras cidades
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– O objetivo é que o usuário compre apenas uma passagem para todo o trajeto (uma vez na ida, outra na volta) entre os municípios. Esse valor seria pago na cidade do embarque, no preço estipulado pela concessionária daquele município
– Devem ser construídos terminais de integração nas áreas limítrofes dos municípios, para recebimento dos passageiros sem a cobrança de nova tarifa
– As empresas concessionárias devem apresentam aos municípios envolvidos uma proposta de integração, que vai conter sugestão de localização dos terminais e plano detalhado de integração e de ampliação das linhas, conforme definido no projeto de lei
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– Será assinado um Termo de Integração, contendo as condições assumidas pelas empresas para viabilizar a integração e destacando o compromisso de cobrança de única passagem para os usuários