Em algumas das grandes cidades catarinenses, as feiras de livros têm dificuldade para se destacar dentro do calendário cultural. Blumenau realizou uma em 2010, sem continuidade. Itajaí, Balneário Camboriú e Chapecó são outras localidades em que a iniciativa não teve continuidade.
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A cidade na qual se esperaria a feira mais significativa, Florianópolis, vive uma situação curiosa. Duas feiras acontecem na Capital: a Feira Catarinense do Livro, cuja quinta edição foi realizada no início do mês e atraiu bom público (de 40 mil a 50 mil pessoas), e a Feira do Livro de Florianópolis, que existe desde 1986. Esta já se chamou Feira de Rua do Livro de Florianópolis, contou com mais prestígio e público – foi realizada em diferentes locais, como a Assembleia Legislativa, a Praça XV e o Beiramar Shopping.
O diretor de eventos da Câmara Catarinense do Livro (CCL), José Vilmar da Silva, organizador do evento e de outras feiras do Estado, afirma que o grande entrave é a falta de recursos. Lamenta que falte investimento do poder público, sobretudo o municipal, e do empresariado.
– Já tive projeto aprovado, de R$ 300 mil, mas não conseguimos os recursos. Em Balneário Camboriú, não conseguimos viabilizar, em Blumenau não conseguimos captar nada. Em São Francisco do Sul, o projeto era fazer um evento semelhante à Flip de Paraty (RJ). Não houve ajuda do poder público nem dos empresários – diz.
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Para ele, a melhor feira de livros é a de Criciúma. Criada em 2006, já tornou-se parte do calendário cultural da cidade. Ano passado, passaram pelos estandes 75 mil pessoas. Mais de 80 mil livros foram vendidos, 16 mil alunos e 1,8 mil professores foram contemplados com vales livros de R$ 5 e R$ 10, respectivamente.
– No Sul, as prefeituras apoiam mais. Criciúma gastou R$ 112 mil só em vale-livro, levou os alunos da escola para a feira. Em Içara, todas as crianças receberam o vale de R$ 3. Assim como em Joinville e em Jaraguá do Sul, o pessoal compra a ideia nessas cidades – analisa.