A aviação israelense prossegue, pelo terceiro dia consecutivo, a ofensiva aérea em Gaza – ataques já mataram 76 palestinos. Nesta quinta-feira, haverá uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a escalada entre Israel e o movimento islamita Hamas. O exército israelense anunciou ter atacado durante a noite 300 objetivos, o que eleva a 750 o número de alvos em pouco mais de 48 horas na Faixa de Gaza. Esta é a maior operação nesse território desde novembro de 2012.

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Desde a meia-noite (18h de quarta-feira no horário de Brasília), 25 palestinos morreram nos ataques, incluindo cinco crianças. Do lado israelense, não foram registradas vítimas fatais desde o início da operação. Ignorando os apelos internacionais por um cessar-fogo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu endurecer a campanha contra o Hamas, que respondeu com uma chuva de foguetes contra o centro de Israel, obrigando os moradores de Jerusalém, Tel Aviv e Haifa a abandonar suas casas e correr para os abrigos.

A violência esvaziou as ruas de Gaza e Tel Aviv, onde a população, temerosa, pergunta onde cairá o próximo foguete ou míssil. O calçadão de Tel Aviv, geralmente lotado no verão, também estava completamente vazio. Nos cafés de Gaza, o panorama é muito mais sombrio: na madrugada desta quinta-feira, oito pessoas morreram e 15 ficaram feridas em um ataque aéreo contra uma cafeteria de Khan Yunis, onde os clientes assistiam a semifinal da Copa do Mundo entre Argentina e Holanda.

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Israel confirmou, por meio de vários dirigentes, que examina uma possível operação terrestre. Há vários dias, tanques estão concentrados ao lado da fronteira de Gaza: _ Se o fogo continuar, não descartamos uma incursão terrestre – disse o presidente de Israel, Shimon Peres, ao canal CNN, a respeito dos lançamentos de foguetes palestinos. Peres advertiu que a operação poderia acontecer “muito em breve”. O governo israelense autorizou a convocação de 40 mil reservistas caso a ação se concretize.

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– Gaza está à beira do precipício. A deterioração da situação está levando a uma espiral que poderia escapar do controle de todos muito rapidamente – advertiu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, antes da reunião de emergência do Conselho de Segurança programada para as 14h (11h de Brasília).

O risco de que a violência aumente ainda mais é real. Gaza e a região em seu conjunto não podem permitir-se a outra guerra total – disse Ban Ki-moon.

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O secretário-geral da ONU conversou com Netanyahu e pediu máxima prudência, mas admitiu que os ataques com foguetes a partir de Gaza são “inaceitáveis e devem parar”. Para atender os feridos, o Egito abriu a passagem de fronteira de Rafah e colocou em alerta os hospitais da região.

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A campanha israelense foi incapaz até o momento de deter o lançamento de foguetes a partir de Gaza. Na quarta-feira, 82 projéteis caíram em Israel e 21 foram interceptados pelo sistema antimísseis “Iron Dome”, a “Cúpula de Ferro”. Nesta quinta-feira, mais 15 atingiram o território israelense e sete foram interceptados.

Analistas consideram que o Hamas deseja arrastar Israel para uma operação terrestre, o que poderia provocar um elevado número de vítimas entre os soldados do país. O grupo radical também poderia utilizar armas antitanque, como os mísseis Kornet utilizados pelo movimento libanês Hezbollah na guerra de 2006. O Hamas também teria a possibilidade de capturar soldados israelenses para uma eventual futura troca de prisioneiros.

*AFP