A influenciadora Isadora Farias, de Tubarão, no sul do Estado, está sendo questionada por uma fala racista após um comentário sobre sua higiene pessoal. Em um vídeo publicado no Stories de seu Instagram, que tem 36,8 mil seguidores, Isadora diz ter problemas com fortes odores na axila e por isso utiliza produtos para a pele negra.

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— Quem me segue há mais tempo sabe que eu tenho sérios problema com ‘cecê’, eu tenho que passar desodorante bom. Inclusive às vezes eu compro de pele morena a negra porque o negócio aqui é punk — disse ela.

A fala foi interpretada por algumas pessoas como racista e vários perfis das redes sociais republicaram o vídeo. influenciadores e ativistas negros que abordam o tema racismo e representatividade publicaram o vídeo questionando o apontamento da influenciadora catarinense. Portais nacionais também noticiaram o caso.

Após a repercussão, a influenciadora gravou um vídeo para se desculpar.

— Antes de falar qualquer coisa, eu quero pedir perdão, que é mais do que desculpas para todas as pessoas que se sentiram ofendidas com aquilo que eu falei — disse.

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Ela continua a gravação alegando não ser racista.

— Eu não sou essa pessoa racista, eu amo os negros. Eu amo todas as pessoas e trato as pessoas com igualdade. Quem me conhece sabe da minha conduta. Eu tenho amigos negros, eu tenho colegas de trabalho negros, eu convivo com pessoas negras. E por isso eu quero deixar mais uma vez as minhas mais sinceras desculpas por esse mal entendido.

Até o fechamento desta matéria não conseguimos contato com Isadora para falar sobre o caso. Na rede social, uma mensagem automática informa que “Ele(a) não permite novas solicitações de mensagem de todos”. Em seu perfil do Instagram, dois dias após o ocorrido, a influenciadora publicou uma nota de esclarecimento, reforçando o pedido de desculpas.

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— Eu aprendi com isso! Vamos mudar o cenário atual para uma cultura de conscientização. Educar, informar, aprender. Eu me incluo nisso. 

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Dermatologista diz que não há relação com odores desagradáveis

Sobre a polêmica levantada pela a influenciadora, a dermatologista Cláudia Camargo explica que existem características diferentes entre a pele negra e branca, mas que não há ligação alguma com odores desagradáveis, sendo assim um comportamento racista fazer esse tipo de associação.

Segundo Cláudia, após na puberdade, pelos estímulos hormonais passamos a secretar o suor nas axilas, e o odor acontece pela presença de bactérias naquela região, mas isso não tem ligação alguma com a cor da pele.

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— Isso também pode variar de pessoa pra pessoa, pois algumas tem uma sudorese mais excessiva que outras — explica a especialista.

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