Entre os atletas estrangeiros que já estão em Florianópolis “reconhecendo o terreno” do Ironman Brasil 2009, dois estreantes que vieram de muito longe se preparam para fazer bonito. Um deles tem um motivo especial: o israelense Ori Gur Ari, de 28 anos, estará competindo na terra natal da mãe.
Continua depois da publicidade
Aos 12 anos, membro de uma família judia, Brenda deixou São Paulo rumo a Israel. Lá, na capital Tel Aviv, nasceu Ori. Vendo a mãe falar português com o avô, Ori aprendeu algumas palavras e se comunica bem no Brasil. Já esteve aqui outras duas vezes e ajuda o amigo israelense Erez Falk, 27 anos, na hora de se comunicar. Os dois chegaram no sábado.
– Adorei a cidade, especialmente pelas praias, não temos praias bonitas assim em Israel. As pessoas são muito bacanas, a comida é ótima, apesar de ser difícil para mim me comunicar sem saber o português – disse o israelense, marinheiro de primeira viagem também no Ironman.
Os dois vão disputar uma prova da modalidade pela primeira vez. A maioria dos triatletas israelenses opta por competir na Europa. Por que a dupla escolheu o Brasil? Pela aventura, pela óbvia relação de Ori com o país e por influência do brasileiro Eduardo Finkelstein, que há dois anos é técnico do time júnior de triatlo de Israel. Apesar de ser a estreia, eles esperam um bom resultado.
– Como é meu primeiro Ironman, não tenho muita experiência e não sei o que pode acontecer, mas farei o meu melhor. Somos jovens e fortes e espero, pelo menos, terminar a prova em menos de 10 horas – brincou Erez.
Continua depois da publicidade
– Conseguir a vaga no Havaí seria um sonho, mas eu quero e meu treinador acredita que é possível. É meu primeiro Ironman, não sou profissional, então eu sei que é muito difícil. Mas não quero apenas completar a prova, quero fazer um bom resultado – refletiu Ori, que terá a torcida da mãe e da prima Liron, que mora em São Paulo; as duas estarão em Florianópolis acompanhando a prova.
Em Israel, Ori precisa dividir os treinamentos (20 horas por semana) com as aulas (é estudante de administração) e o trabalho. E diz que a vida na capital, apesar dos conflitos étnicos que perturbam o país, é bastante tranquila.
– A vida em Tel Aviv é muito boa. As pessoas veem na televisão que tem problema, mas você não sente isso na sua vida. É tudo normal, como aqui – comentou o israelense.