Dos gramados e pistas da Associação Atlética Tupy (AAT) para os Jogos Olímpicos. Entre um e outro, inúmeras horas de treino, viagens, competições internacionais, derrotas e vitórias. Essa é, resumida ao máximo, a trajetória dos irmãos joinvilenses Laércio e Eliane Martins, que nos próximos dias iniciarão, no Rio de Janeiro, a luta por medalhas no mais almejado e disputado evento esportivo do mundo.

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Enquanto Eliane Martins estreia no salto em distância das Olimpíadas, Laércio chega à sua terceira participação nos Jogos Paralímpicos como guia do corredor Lucas Prado.

Laércio foi uma espécie de farol para o ingresso dos familiares no atletismo.

Após trocar os gramados de futebol pelas pistas da AAT, ele começou a ganhar medalhas e troféus, influenciando os quatro irmãos mais novos e os pais a praticarem esporte. De todos, Laércio e Eliane, a Lia, continuaram no atletismo.

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Vitorioso nos Jogos Abertos e campeão brasileiro, o corredor foi ser guia de Lucas Prado nos 400 e 200 metros e com ele faturou o ouro nas Paralimpíadas de Pequim (2008) e a prata nas de Londres (2012). Do Pan, no ano passado, Prado saiu com a medalha de prata e uma lesão, já devidamente resolvida.

– Estamos muito focados, e esperamos que não haja imprevistos desta vez – comenta Martins, por telefone, de São Caetano (SP), onde a dupla treina para as provas que começarão em 9 de setembro.

Prado e Laércio trabalham juntos há oito anos (Foto: Emerson Souza / Agência RBS)

Há mais de oito anos trabalhando juntos, Laércio e Prado treinam no interior de SP durante a semana e, às sextas, seguem para Joinville, onde moram.

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Eliane é treinada por Nélio Moura, que acompanhou a saltadora Maurren Maggi em sua conquista olímpica em 2012. Conta a favor dela também a experiência em torneios internacionais – o Pan, dois Mundiais e pódios no Troféu Brasil.

Porém, Lia sabe que ganhar medalha em sua primeira Olimpíada é uma meta um tanto distante, devido às marcas já conquistadas pelas concorrentes. De qualquer modo, já se considera uma vencedora só por ter conseguido índice para os Jogos. Agora, a atleta de 28 anos espera pular pelo menos 6,5 metros para chegar à final, no dia 17.

– No Pan, fui superbem, mas estava nervosa. O treino está aí, não há muito mais o que fazer, então, o jeito é ficar calma – comenta a saltadora.

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Foi só ao chegar ao Rio que sentiu “a ficha cair”, referindo-se ao sonho de qualquer atleta: disputar uma Olimpíada. E, para Lia, o sonho se realizou com o bônus de ter a torcida saltando com ela.