Mateus Moraes, 9 anos, e Ezequiel Moraes, 5 anos, costumavam brincar todos os dias em frente à casa onde moravam no bairro Santos Dias, em Xanxerê. Do mesmo modo como viviam e brincavam juntos, também morreram juntos na manhã desta sexta-feira, num trágico incêndio que chocou a cidade do Oeste catarinense.

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Vídeo com imagens do incêndio em Xanxerê

Os dois meninos ficaram trancados dentro do quarto dos fundos, numa ala de madeira da casa para onde se mudaram no dia 10 de dezembro, junto com os pais Gilmar e Ledair Moraes. Também vivia no local o netinho Yan, de aproximadamente 3 anos, que foi socorrido pela avó.

Galeria de fotos mostra a destruição depois do incêndio

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Dos parentes, poucos queriam falar sobre o assunto. Era difícil aceitar que algo tão absurdo tivesse acontecido com uma família comum, que acabava de chegar à rua Rui Barbosa e a fazer vizinhos e amigos.

Gilmar e Ledair nunca mais poderão esquecer o trágico dia 4 de janeiro. Sem uma razão óbvia perderam os dois filhos enquanto estavam dormindo. Ao verem a fumaça e o fogo, saíram até de pijamas. Ela com a roupa de dormir e ele ainda de cuecas.

Aos gritos, pediram ajuda para salvar os dois meninos. Mas toda a luta foi insuficiente. Mateus morreu pedindo socorro.

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Edson Eisenhardt, trabalhador do posto de gasolina em frente à casa, não consegue assimilar ainda a cena de terror. Ele viu a cabeça do menino em meio às chamas enquanto tentava tirá-lo de dentro da casa.

-O sentimento é de impotência por não conseguir salvar. Pensei logo na minha filha-, se lamentou o trabalhador. Junto com o pai do garoto, quebrou a janela, mas com a entrada do ar, o fogo se alastrou e o teto caiu. Os dois homens tiveram que sair e não deu tempo para fazer mais nada.

Familiares no hospital

Tanto a mãe quanto o pai e o netinho Yan foram levados para o Hospital Regional São Paulo, também em Xanxerê. Nenhum está em estado grave. Apenas o pai teve queimaduras leves. O menino de três anos saiu intacto levado no colo pela avó nos instantes iniciais do incêndio. Agora, o pequeno, único que sobrou dos dias de brincadeira na área de casa, aguarda nos braços de uma das tias no hospital o desfecho sobre a situação, sem entender realmente o que aconteceu.

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