Após varrer o centro e o leste de Cuba com ventos de mais de 200 km/h, o furacão Irma se dirigia neste sábado para o estado americano da Flórida, deixando para trás um rastro de destruição.
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A partir das 18H00 local (19H00 Brasília), Irma seguia para noroeste e se afastava da Ilha, com seu olho a cerca de 100 km a leste-nordeste do balneário de Varadero, e 190 km a sudeste de Key West, na ponta da Flórida, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC).
O centro de Irma deve chegar ao meio do estreito da Flórida por volta das 04H00 GMT (01H00), e a costa do Estado sentirá sua força a partir das 10H00 GMT (07H00), segundo o meteorologista cubano José Rubiera.
Até a tarde de domingo, Havana e as províncias vizinhas de Mayabeque e Artemisa, no leste de Cuba, deverão sentir os efeitos do furacão, incluindo ondas de até 8 metros.
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A Defesa Civil mantém o estado de alarme nas três províncias, o máximo nível de alerta em Cuba.
Irma atingiu Cuba após deixar ao menos 25 mortos em sua passagem por outras ilhas do Caribe.
Em Cuba, o furacão afetou “gravemente” as províncias centrais de Camagüey e Ciego de Ávila, especialmente as ilhas turísticas próximas ao litoral.
Os danos materiais foram elevados, mas não há registro oficial de mortos ou feridos.
Com rajadas de até 256 km/h no momento do impacto, Irma foi o furacão mais poderoso cujo olho afetou diretamente a ilha desde 1932.
Ondas de até sete metros foram registradas na costa norte pelo instituto meteorológico cubano, Insmet, e a província de Havana estava em alerta, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.
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Mais de 1 milhão de pessoas deixaram suas casas nas zonas vulneráveis do país.
Depois de tocar a terra em Cuba como um fenômeno de categoria 5, a maior na escala que mede a intensidade de um furacão, Irma foi rebaixado para a categoria 3, com ventos de até 205 km/h.
“Mas deve ganhar força no caminho até o sul da Flórida”, alertou o NHC.
As ilhas conhecidas como Keys, no extremo da Flórida, são particularmente vulneráveis ao aumento do nível do mar.
“Será extremamente difícil sobreviver se você estiver nas Keys”, advertiu o governador da Flórida, Rick Scott.
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Os serviços de emergência calcularam que 6,3 milhões de habitantes, o equivalente a mais de 25% da população da Flórida, receberam ordem para abandonar suas casas, mas, para os retardatários, as autoridades criaram neste sábado um refúgio simples, sem serviço, comida ou cama. “REFÚGIO DE ÚLTIMO RECURSO”, publicou no Twitter a polícia local.
– “O pior cenário” –
“Nosso estado nunca passou por nada desta magnitude”, disse Scott, antes de pedir à população que abandonasse a região.
“A ameaça de grandes inundações provocadas pelas tempestades nas costas leste e oeste da Flórida aumentou”, avisou o governador.
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“Você pode proteger a sua casa (…) Não vai sobreviver ao aumento do nível da água. Se recebeu a ordem de evacuação, deve sair agora”, completou.
Miami Beach parecia uma “cidade fantasma” neste sábado, nas palavras do prefeito da cidade, de quase 100.000 habitantes, Phil Levine, que chamou o Irma de “furacão nuclear”.
“O vento está aumentando (…) Miami é propensa às inundações, quando um furacão empurra a água é muito preocupante”, disse.
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Apesar da ameaça ao leste do estado, a região oeste da península da Flórida é a que se encontra na trajetória direta do furacão, segundo o NHC.
“Este é o pior cenário para a nossa cidade e nossa região”, afirmou o prefeito de Fort Myers, cidade da costa oeste, ao mesmo tempo em que tentou tranquilizar a população: “Estamos preparados”.
Mais de 54.000 moradores já encontraram refúgio em 320 abrigos criados ao longo da Flórida, afirmou o governador Scott, que fez um apelo de mobilização.
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“Precisamos de 1.000 enfermeiras voluntárias para ajudar nos abrigos”.
– Furacão José –
O furacão Irma deixou 25 mortos nas ilhas do Caribe: 10 na parte francesa e dois na área holandesa de Saint Martin, quatro nas Ilhas Virgens americanas, seis nas Ilhas Virgens britânicas e no arquipélago de Anguilla, dois en Porto Rico e um em Barbuda.
Nas devastadas ilhas de Saint Martin e Saint Barth, as equipes de emergência trabalhavam contra o tempo para ajudar os traumatizados habitantes antes da chegada de outro poderoso furacão, de categoria 4, José, que deve atingir a região nas próximas horas.
Um terceiro furacão atingiu o oeste do Golfo do México. Katia tocou a terra nesta sexta-feira à noite no estado mexicano de Veracruz, mas foi rebaixado a tempestade tropical, um pequeno alívio para o país, que sofreu um terremoto de 8,2 graus na quinta-feira à noite, que deixou 61 mortos.
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* AFP