Os policiais levaram pouco mais de uma semana para esclarecer a morte brutal da jovem Luciana Avancini de Souza Franco, de 19 anos. Quatro suspeitos foram presos no início da tarde desta sexta-feira (4) e devem responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado por conta da crueldade dos golpes, dos indícios de tortura e por não restar defesa para a vítima.

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A irmã mais nova da vítima é suspeita de ter participado diretamente no crime. De acordo com o delegado Bruno Effori, responsável pelo caso, a adolescente de 17 anos planejou o local da execução e a função de cada um dos integrantes da ação. Além disso, convenceu Luciana a ir até o local da execução, uma trilha no bairro Gaspar Alto, e ocultou os pertences pessoais da vítima após o crime.

O delegado afirma que, de acordo com os relatos dos envolvidos no crime, a adolescente tentou impedir a execução da irmã quando soube que a jovem fazia parte de uma organização rival. Porém, ela teria sido constrangida pelos demais integrantes da facção e, sob pena de retaliações para os envolvidos, colaborou com o crime.

O namorado da adolescente, um jovem de 17 anos, e o cunhado da vítima, de 19 anos, foram presos pela suspeita de terem sido os responsáveis pela execução da vítima. Effori afirma que os criminosos usaram pé de cabra e facas no crime. Quando o corpo da vítima foi encontrado, em 22 de setembro, tinha perfurações no tórax e cortes na cabeça.

— Em virtude da intensidade dos golpes, o crânio ficou totalmente esmagado. Pelo estado de decomposição do corpo, inicialmente se acreditava que a jovem teria sido decapitada, mas não houve separação do tronco e da cabeça. O que ocorreu foi o esmagamento do crânio com o uso do pé de cabra — afirma o delegado Bruno Effori.

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Investigação indica que as facas foram utilizadas para golpear a vítima durante a execução
Investigação indica que as facas foram utilizadas para golpear a vítima durante a execução (Foto: Polícia Civil de Gaspar / Divulgação)

Criminosos gravaram a execução

O quatro suspeito preso nesta sexta é um homem de 23 anos que teria transportado a vítima até o local do crime e gravado um vídeo da execução. De acordo com Effori, ele era conhecido dos demais envolvidos por conta do uso de drogas. A versão do suspeito, conta o delegado, é que ele teria sido coagido pela organização criminosa a colaborar na execução porque durante algum tempo abrigou a vítima, que era vinculada a uma facção rival.

O delegado explica que os aparelhos celulares dos envolvidos foram apreendidos e encaminhados ao Instituto Geral de Perícias (IGP) para análise do vídeo da ação criminosa. As facas utilizadas no crime e os pertences pessoais da vítima também foram levados para perícia.

Apesar da execução ter ocorrido em Gaspar, Bruno Effori afirma que todos moravam em Blumenau. A vítima e a irmã eram naturais do estado do Paraná, enquanto outras duas pessoas vieram da Bahia e o último suspeito nasceu em Blumenau.

O delegado responsável pelo caso destaca que a investigação prossegue, com outras testemunhas sendo ouvidas para confirmar a versão dos policiais. Há outros inquéritos em paralelo para investigar a participação das organizações criminosas.

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