“As biografias de Madre Teresa de Calcutá lembram sempre, com respeito, que essa grande mulher iniciou o seu caminho vocacional na Congregação de Nossa Senhora de Loreto, na qual fez seu noviciado, recebeu o nome de irmã Teresa, professou seus votos e lecionou Geografias. Reconhecendo a vontade de Deus, fundou a Congregação das Missionárias da Caridade.
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Uma espécie de paralelo: a irmã Neves, querida coirmã e coetânea minha, formou-se no convívio de grandes mestras do amado Colégio Coração de Jesus, sobretudo irmã Bernwarda (diretora) e irmã Maria Teresa. Formada como professora normalista, então o maior grau de formação pedagógica, aos 18 anos, com entusiasmo juvenil entrou na Congregação das Irmãs da Divina Providência e aí fez seu noviciado. Recebeu o nome de irmã Neves – que sempre quis conservar -, fez seus votos temporários e perpétuos e atuou durante longos anos como exímia professora em vários colégios da Província Coração de Jesus. É lembrada com carinho como diretora do Colégio Santa Rosa, de Lages, como diretora do Colégio São José, de Tubarão. Foi professora de Psicologia no Instituto Teológico de Santa Catarina (Itesc).
Movida pelo entusiasmo com que viveu conosco a primavera eclesial do Concílio, formou com irmã Marilza e um grupo de irmãs a equipe João XXIII, que nos levava, distribuídas por regiões, a partilhar com todas as irmãs da província os documentos e linhas do Concílio, o grande aggiornamento da Igreja querido pelo Papa. Quando, na esteira das inovações do pós-Concílio, um grupo de irmãs fundou, em 1978, a Fraternidade Esperança, um broto do abençoado tronco plantado pelo padre Eduardo Michelis no campo da Igreja, em 1842, irmã Neves percebeu aí uma vontade de Deus para concretizar um velho sonho: radicar-se numa periferia e com essa comunidade dar um novo rosto a esse segmento do Reino de Deus. Iniciou-se assim a sua abençoada trajetória de 35 anos na comunidade da Ponte do Maruim, em Palhoça, onde faleceu aos 89 anos no dia 1º.
As irmãs da Divina Providência, com as quais irmã Neves viveu a primavera de sua vida religiosa, guardam-lhe carinhosa memória.”
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