Irma Kniess se orgulha do trabalho de cinco décadas em prol dos direitos dos joinvilenses

O olhar doce de Irma Kniess, 71 anos, talvez seja a caraterística que melhor demonstre a sua generosidade. A voz baixa, mas firme, mostra a força de uma mulher segura e experiente, que já viveu muitas lutas em prol dos direitos dos joinvilenses. Lutas essas que trazem alegria e realização por ela exercer o que chama de vocação: ajudar as pessoas.

Diretora ativa do Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Bráz, ela trabalha há mais de 50 anos promovendo ações sociais, que vão desde o combate à violência contra a mulher a melhorias na saúde e na segurança dos locais atendidos pelo centro.

Dona Irma conta que escolheu se dedicar a melhorar a vida das pessoas bastante cedo, por influência da irmã Lídia, que era freira. “Ela sempre falava dessas questões sociais, eu tinha 15 anos quando senti que tinha que lutar pela causa das pessoas”, disse.

Apesar de ter descoberto cedo qual era a sua vocação, Irma passou alguns anos cuidando da mãe na localidade de Rio das Pedras, em Taió, no Alto Vale, e, após a morte dela, passou a se dedicar integralmente às ações sociais. “Eu optei por esse caminho para garantir que todas as pessoas tenham uma vida digna”, diz.

Irma morou um tempo no Rio Grande do Sul e decidiu voltar para Santa Catarina, por acreditar que deveria ajudar o Estado em que nasceu. Escolheu Joinville por ter um irmão que mora na cidade, onde vive há 28 anos.

Chegou a Joinville no início de 1984 e logo começou a participar das comunidades eclesiais de base, que na época estavam empenhadas em lutar pela democratização do País.

– Eu estava lutando por uma Constituição que garantisse o direito de cada um. Hoje, ainda há coisas a melhorar, e a gente sempre tem que estar em cima para ver se aquilo pelo qual a gente lutou está sendo implementado -, observa.

Tempos depois, tornou-se integrante do Centro dos Direitos Humanos e fez diversos trabalhos nas regiões mais pobres de Joinville para levar cidadania aos moradores.

Em maio do ano passado, teve o trabalho de anos reconhecido pelos joinvilenses, ao receber o título de cidadã honorária de Joinville na Câmara de Vereadores