As forças iraquianas afirmaram neste domingo ter atingido em um ataque aéreo o comboio do líder do grupo Estado Islâmico (EI), Abub Bakr al Bagdadi, um dos homens mais procurados do planeta, mas não sabem em que estado ele se encontra.
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“A aviação iraquiana realizou uma operação heroica atacando o comboio do terrorista criminoso Abu Bakr al Bagdadi”, indicou um comunicado conjunto das forças de segurança
“Seu estado de saúde é desconhecido”, acrescentou a nota.
As forças de segurança iraquianas afirmaram em ocasiões anteriores que Bagdadi havia sido morto ou ferido em ataques, reivindicações que nunca foram confirmadas ou inclusive foram desmentidas.
O comunicado afirmou que a aviação iraquiana atingiu o comboio de Bagdadi quando ele “se dirigia a Karabla para participar de uma reunião dos líderes terroristas” do EI, grupo jihadista que proclamou um califado entre Iraque e Síria.
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O líder foi transportado em um veículo após o ataque em Karabla, uma localidade do oeste do Iraque às margens do rio Eufrates, a 5 km da fronteira com a Síria.
O ataque ocorreu no sábado ao meio-dia, indicou posteriormente à AFP o porta-voz do ministério do Interior, Saad Maan.
A nota foi divulgada pela “célula midiática de guerra”, uma estrutura que informa sobre a luta contra o EI em nome dos ministérios do Interior e da Defesa.
A operação foi conduzida em coordenação entre os serviços de inteligência do ministério do Interior e o centro de comando conjunto de operações, que inclui conselheiros militares da coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos.
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Bombardeios no local do encontro
“O local do encontro (dos chefes do EI) também foi bombardeado, e vários dos chefes que estavam presentes morreram ou ficaram feridos”, acrescentou o comunicado, afirmando que os nomes das vítimas serão publicados posteriormente.
O EI proclamou em junho de 2014 um califado nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria, e definiu ABu Bakr al Bagdadi como califa de todos os muçulmanos.
Al Bagdadi, “o califa Ibrahim”, como é chamado por seus partidários, é um dos homens mais procurados do planeta.
Os Estados Unidos oferecem 10 milhões de dólares por sua captura. No entanto, o chefe da organização é muito discreto, apesar da parafernália midiática do grupo jihadista, que publica na internet uma grande quantidade de vídeos e fotografias sobre os horrores que comete.
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Al Bagdadi só apareceu em um vídeo, divulgado em julho de 2014 e gravado em uma mesquita da cidade iraquiana de Mossul, conquistada pelos jihadistas no início de sua ofensiva no norte do Iraque no mês anterior.
Os Estados Unidos, à frente de uma coalizão internacional, começaram em agosto de 2014 a bombardear pelo ar este grupo extremista, e no mês seguinte estenderam a ofensiva à Síria.
Desde então Al Bagdadi, nascido em 1971 em Samarra, ao norte de Bagdá, não reapareceu em imagens e só foram divulgadas dele duas gravações sonoras, depois que ele foi dado como ferido ou inclusive como morto em ataques aéreos. Sua última gravação foi divulgada em maio de 2015.
O EI, rival da rede Al-Qaeda, aproveitou a guerra civil iniciada em 2011 na Síria e a instabilidade no Iraque para se implantar no primeiro em 2013 e no ano seguinte lançar neste último uma forte ofensiva.
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Acusado de crimes contra a humanidade, o grupo assassinou milhares de militares, combatentes e civis, atacou minorias, vendeu mulheres como escravas e reivindicou a decapitação de jornalistas e trabalhadores humanitários ocidentais em vídeos horripilantes.
Formado por dezenas de milhares de homens, o grupo sunita ultrarradical controla atualmente a metade da Síria e muitas regiões do Iraque. Também tem braços na Líbia e no Sinai egípcio.
* AFP