O Banco Central do Irã enfrentará com “força” o mais recente pacote de sanções anunciado pelo governo dos Estados Unidos, afirmou neste domingo o presidente Mahmud Ahmadinejad, no dia seguinte da assinatura, por Barack Obama, de novas represálias contra a instituição monetária.
Continua depois da publicidade
– O Banco Central é a espinha dorsal da pressão aos inimigos, e com autoconfiança deve possuir a resistência necessária para eliminar as conspirações – disse o presidente iraniano, durante a assembleia anual dos dirigentes da instituição, segundo declarações reproduzidas no site da presidência.
– Devemos proteger o povo e o país dessas conspirações do inimigo”, insistiu Ahmadinejad
O presidente disse ainda que “não há problemas particulares no setor econômico” iraniano, minimizando, assim, os efeitos das sanções precedentes impostas pelas potências ocidentais. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, promulgou sábado uma lei de financiamento do Pentágono que reforça as sanções contra o setor financeiro de Teerã. Entre outros dispositivos, autoriza o presidente a congelar os bens de qualquer instituição financeira estrangeira que negocie contratos de petróleo com o Banco Central iraniano.
O anúncio da Casa Branca foi feito num momento de grande tensão entre os dois países. Teerã ameaça fechar o estreito de Ormuz, por onde passam 40% do tráfego mundial de petróleo, no caso de novas sanções internacionais por seu programa nuclear. O Irã vem realizando manobras navais na região, testando diversas variedades de mísseis.
Continua depois da publicidade
A origem da contenda é o programa nuclear iraniano, que também produziu uma notícia neste primeiro dia de 2012. O governo do Irã anunciou neste domingo que seus cientistas testaram a primeira barra de combustível nuclear, produzida com urânio de depósitos do interior do país.
– Depois de muitos testes físicos, a barra foi introduzida no reator de pesquisas nucleares de Teerã para investigar seu bom funcionamento – afirma o site da Organização Iraniana de Energia Atômica.
Em 15 de dezembro, o chanceler iraniano Ali Akbar Salehi afirmou que o país recorreria pela primeira vez ao urânio enriquecido a 20% produzido localmente em sua usina nuclear de Teerã. O Irã justificou o início da produção de urânio enriquecido a 20% em fevereiro de 2010 com o argumento de que precisava alimentar o reator nuclear de pesquisa na capital, que até então funcionava com reservas de combustível que o país havia comprado da Argentina em 1993. O enriquecimento de urânio pelo Irã é objeto de um conflito com a comunidade internacional, que suspeita que Teerã, apesar dos muitos desmentidos, deseja produzir armamento nuclear. Enriquecido a 20%, o urânio está destinado a um uso puramente civil, mas se for enriquecido acima de 90% pode ser utilizado para a fabricação de uma bomba atômica. A OIEA não informou o nível de enriquecimento do urânio introduzido nas barras da central.