A advogada iraniana Nasrin Sotoudeh, que estava presa por seu trabalho em favor dos direitos humanos desde agosto de 2010, foi anistiada e libertada ontem, uma semana antes de um discurso muito esperado na Organização das Nações Unidas (ONU) do novo presidente Hassan Rouhani.

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Rouhani, um religioso moderado eleito em junho, prometeu mais liberdade em seu país, onde milhares de pessoas foram presas durante a repressão a um movimento contra o governo que se seguiu à polêmica reeleição do ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, em junho de 2009. Também foram libertados ontem outros 13 presos detidos nas manifestações de 2009.

Entrevistada pela AFP após ser libertada, Sotoudeh confirmou ter sido “solta definitivamente”. Ela recebeu a “permissão” para retomar o seu trabalho como advogada e continuará a defender os direitos humanos, assegurou. Depois, disse estar “bem fisicamente e psicologicamente”, apesar das precárias condições de detenção, principalmente em razão da “pressão psicológica, da atmosfera na prisão e do fato de não conseguir telefonar” – o que intensificava seu isolamento na prisão.

Sotoudeh havia sido condenada a 11 anos de prisão por defender prisioneiros políticos e por fazer parte de pertencer ao Centro dos Defensores dos Direitos Humanos (CDDH), da prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi. Ela era acusada de “conspirar contra a segurança do Estado”. No ano passado, ganhou o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu pela liberdade de consciência.

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