Em seu canal no Telegram, a Guarda Revolucionária Iraniana disse que pode atacar o território norte-americano, caso os Estados Unidos revidem o ataque feito contra duas bases militares na noite desta terça-feira (7), no Iraque.
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"O Pentágono relata que os EUA responderão aos ataques do Irã" e "desta vez, a resposta será na América", diz a mensagem.
Logo após o ataque, o Pentágono informou que avalia uma possível resposta ao lançamento de, pelo menos, uma dezena de foguetes contra duas bases em al-Asad e Irbil.
Segundo o Exército do Iraque, os 22 mísseis disparados contra as bases nesta quarta não causaram "vítimas entre as forças iraquianas".
"Entre 1h45min e 2h15min (19h45min e 20h15min em Brasília), o Iraque foi bombardeado com 22 mísseis – 17 contra a base aérea de Ain al-Asad (…) e cinco contra a cidade de Irbil – que alcançaram instalações da coalizão" internacional antijihadista dirigida pelos Estados Unidos, indicou o Exército em um comunicado. "Não há nenhuma vítima nas fileiras das forças iraquianas", acrescentou a nota publicada sete horas depois do ataque.
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Ataque a bases dos EUA são "medidas proporcionais"
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, declarou nesta quarta-feira (8) que o país adotou medidas de represálias "proporcionais" diante do assassinato do general Qassem Soleimani, mas que "não busca a guerra" com os Estados Unidos.
No Twitter, Zarif disse que as medidas estão alinhadas com "a Carta da ONU ao visar uma base de onde são lançados ataques contra nossos cidadãos e oficiais de alta patente", e destacou que o "Irã não busca uma escalada ou a guerra, mas nos defenderemos de qualquer agressão".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse após o ataque que "a avaliação de danos e vítimas está em andamento, mas até agora, (está) tudo bem". Trump prometeu "uma declaração" na manhã desta quarta-feira.
"Tapa na cara" dos EUA
Para o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, o ataque contra bases dos EUA no Iraque foi "um tapa na cara" dos Estados Unidos.
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— Na noite passada, foi dada um tapa na cara (dos americanos) — disse o aiatolá em um discurso divulgado pela televisão. — O que importa é que a presença corrupta dos Estados Unidos nesta região tem que terminar — frisou.
Khamenei já havia pedido uma "vingança severa" pela morte de Qassem Soleimani, general morto em 3 de janeiro em um ataque americano perto do aeroporto de Bagdá.
O general Soleimani, morto por um drone americano em Bagdá na sexta-feira (3), foi enterrado nesta terça em sua cidade natal de Kerman, no sudeste do Irã, em um funeral acompanhado por milhares de pessoas.