Comprar uma geladeira e mobiliar a casa continuarão mais baratos até o próximo sábado, quando terminará a vigência da redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para determinados produtos.

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Enquanto consumidores fazem planos para aproveitar os últimos dias, empresários contabilizam aumento nas vendas, entre 8% e 15%, e já pressionam pela prorrogação da medida.

Em 26 de março, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que a redução do IPI para a linha branca (geladeira, fogão, máquina de lavar), móveis e material de acabamento valeria por mais 90 dias, a partir de 1º de abril. Com a renúncia fiscal, o governo deixaria de arrecadar R$ 489 milhões, mas esperava incentivar o consumo e aquecer a economia.

O comércio gostou do pacote. As medidas não repetiram o desempenho de 2008/2009, quando foram um antídoto contra a crise internacional, mas deram fôlego ao mercado. O presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Vilson Noer, calcula que as vendas subiram de 10% e 15%.

– A redução de imposto sempre cria um clima favorável. O lojista aposta, o consumidor busca o benefício – diz Noer.

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O balanço também foi favorável para a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas no Estado (FCDL-RS). O presidente da entidade, Vitor Augusto Koch, estima que o aumento nas vendas oscilou de 8% a 10%, podendo chegar a 15% no caso da geladeira de duas portas.

Especialistas são menos otimistas. O economista Rogério César de Souza, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) da PUC/São Paulo, diz que o governo foi providencial ao reduzir o IPI. Acredita que ainda há margem para a retomada do consumo. No entanto, pondera que o remédio da isenção não tem a mesma eficácia do passado recente.

– As medidas repercutem, mas não com o impacto de antes – esclarece.

O setor de móveis foi impulsionado, com um acréscimo de 10% nas vendas, mas esperava mais. O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado (Movergs), Ivo Cansan, analisa que o estímulo não durou o suficiente para recuperar as perdas acumuladas.

Empresários gaúchos se mobilizam para que o governo federal prorrogue a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cujo prazo de vigência deve se encerrar no próximo sábado.

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Argumentam que a diminuição do imposto, se perdurar, continuará aumentando o consumo, a produção industrial e a geração de empregos.

A direção da Movergs mandou representante a Brasília, no dia 19, para pedir a prorrogação da isenção. A FCDL-RS e a Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV) também estão atentas.

A pressão é total. A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) fez o pedido ao secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Pelo relato da Eletros, Barbosa teria pedido um estudo sobre o desempenho das vendas que pudesse justificar uma eventual prorrogação.

O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) solicitou que a medida se estenda até o final do ano. No entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, antecipou que não “pensa” alongar prazos.

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– Não existe nenhuma decisão nesse sentido – afirmou.