Desde a chegada da primavera, no fim de semana, as calçadas, praças e os quintais de Joinville começam a ganhar um colorido diferente, de flores amarelas que, em um piscar de olhos, deixam de integrar as copas das árvores para virarem “tapetes” naturais. Os ipês-amarelos, uma das árvores brasileiras mais conhecidas e admiradas no Brasil, tem neste período a sua principal fase de floração, já que encontra as condições perfeitas para reprodução no período seco, depois dos dias de frio e antes de as chuvas de verão chegarem.

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Como dependem das condições climáticas, a floração não pode ser medida pelo calendário: neste ano, a nova estação chegou e poucas árvores já estão ornamentadas. Quando os ipês florescem, as folhas caem, permitindo que as flores predominem nos galhos. É um fenômeno que garante a atenção dos polinizadores, afirma a paisagista Ivana Friske.

— A árvore precisa dessa condição de embelezamento para chamar os polinizadores. Com a copa cheia de flores, ela pode ser vista de longe — explica Ivana.

Com a mesma rapidez com que as flores abrem sobre as árvores de ipê, elas caem: a floração do ipê não dura mais do que dez dias. É um ciclo natural destas plantas, que funcionam como reserva para os polinizadores justamente por florescer na época de seca, quando a maioria das outras árvores não estão em período de reprodução. Para Ivana, o fato de durar tão pouco tempo é o que torna o ipê motivo de festa e “modelo” para fotos no início da primavera.

— Ela é uma flor com formato exótico, que enche toda a árvore e torna-se um espetáculo — avalia ela.

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O ipê-amarelo é o mais comum em Joinville, mas a espécie contempla um complexo de dez espécies com características semelhantes, entre flores brancas, amarelas ou roxas. Como seu plantio é muito simples, não há região do país onde não exista pelo menos uma espécie de ipê. E, por não terem raízes agressivas, são frequentemente plantadas em calçadas.

— O principal cuidado é plantá-los em áreas com espaço, principalmente na altura, porque o ipê pode chegar a dez metros e comprometer a fiação. Além disso, são os mesmos cuidados básicos que de outras árvores frutíferas, como fazer uma cova funda e usar terra adubada de boa qualidade — conta a paisagista.