O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê, em simulações incluídas em estudo divulgado hoje sobre a crise financeira mundial, que o grau de contaminação do Brasil pode interromper o recente ciclo de crescimento econômico e social.
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Com as ressalvas de que ainda não é possível traçar um quadro preciso dos efeitos da crise e de que, por isso, a simulações são feitas “por meio de valores arbitrários”, o Ipea projeta três possibilidades para a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009: crescimento de 4%, de 2,5% ou de 1%.
Segundo o estudo, não existem “parâmetros precisos” para se medir o grau de contaminação da economia brasileira pela crise internacional e, por isso, as simulações de desempenho são “um exercício técnico preliminar”.
Os técnicos do Ipea ressaltaram que a crise internacional afeta “de maneira mais intensa” o mercado de câmbio, com a cotação do dólar saltando de cerca R$ 1,60 para R$ 2,30 e que esse movimento, além de prejudicar os exportadores, terá efeitos sobre os preços domésticos e na inflação.
O estudo enfatiza, porém, que o impacto do câmbio no comportamento futuro da taxa de inflação “é uma grande incógnita” e que o repasse da desvalorização cambial para os preços “é muito duvidoso”. Observam os técnicos, porém, que a mesma queda no preço das commodities, de cerca de 40% entre agosto e outubro de 2008, “representa um choque positivo de oferta, arrefecendo, provavelmente, as pressões inflacionárias.”
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Entenda a crise financeira mundial: