– Eu tenho muito ciúmes do meu Ipê.

Assim começa a conversa com a Dona Argentina.

– É nome mesmo – reforça ela.

Paulistana do Bairro Jabaquara, ela mora com os filhos no Bairro Jardim Eldorado, na Palhoça. Se mudou pra região há 14 anos e se diz um tanto saudosista da cidade grande, mas garante que o Ipê que fica na frente da casa dela é uma fonte de alegria.

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– A primeira coisa que eu faço no dia é vir dar uma olhadinha no meu Ipê. Nem as folhas do chão eu recolho e também não deixo ninguém recolher! No ano passado ele floresceu durante à noite. Meu filho viu e me chamou pra ver. Tem que ver em noite de lua cheia, sem eletricidade. Ele brilha como folha de alumínio – conta ela, com brilho nos olhos.

Dona Argentina tem um tom de meninice na voz enquanto fala da sua árvore. E, do alto dos seus 77 anos, garante que, se casasse de novo, faria um bouquet com as flores do Ipê amarelo.

– Essa é uma árvore guerreira! – afirma ela.

Dona Argentina conta que, anos atrás, enquanto manobravam um caminhão na frente da casa dela acabaram batendo no Ipê e quebrando a árvore. Ela se enfureceu:

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– Eu quase avancei no motorista. Depois eu fiz um curativo, assim, com esparadrapo mesmo, e o danado sobreviveu. Tá aí ó!