Ao anunciar sexta-feira pela manhã que a assinatura das ordens de serviço para as obras da BR-280 será na próxima terça-feira, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff criou o melhor cenário até agora para um final feliz na longa novela da duplicação.
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A cerimônia que está marcada para as 15 horas na sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) representa o começo da operação que envolve a montagem dos canteiros, a contratação das equipes, o trabalho de topografia e a instalação dos equipamentos nos três trechos.
De acordo com o contrato, as empresas têm até 60 dias para começar os trabalhos e é muito provável que a partir de janeiro – e no mais tardar em fevereiro – a população já veja as máquinas trabalhando na abertura da tão esperada segunda via da BR-280 entre o Porto de São Francisco do Sul e a região urbana de Jaraguá do Sul.
O anúncio da assinatura da ordem de serviço ocorreu dois dias depois da passagem da comitiva presidencial pela região. No começo da manhã de sexta-feira, Dilma falou por cerca de oito minutos sobre a duplicação, em entrevista ao vivo para as rádios Cultura AM, de Joinville, e Regional FM, de Florianópolis.
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– É uma promessa de longa data e eu terei o prazer de ver essa obra iniciando sem ter os problemas ambientais que sempre a atrasaram. Agora para dar início, a informação que tenho é que ela começa assim que for dada a ordem de serviço, sem licitações – garantiu Dilma.
O passo fundamental para a assinatura da ordem de serviço na terça-feira foi a entrega da licença ambiental da obra pelo Ibama, o que ocorreu nesta sexta-feira – conforme antecipou o colunista Jefferson Saavedra na edição de quinta-feira do “A Notícia“.
Agora, é improvável que haja entraves burocráticos como em outros momentos dos últimos dez anos, quando questões indígenas, ambientais e denúncias de corrupção paralisaram o processo.
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Investimentos totalizam R$ 972 milhões
A partir do ano que vem, serão duplicados 74,6 quilômetros entre Jaraguá do Sul e São Francisco do Sul. O prazo para duplicar o trecho é de 1,4 mil dias – em torno de quatro anos. Na entrevista, a presidente Dilma enfatizou que a previsão é de que as obras sejam concluídas até 2016. Serão investidos R$ 972 milhões para duplicar a via. A obra terá 31 viadutos, quatro pontes e duas passarelas.
– Até o fim de 2016, essa obra tem de estar duplicada – disse a presidente.
Dilma voltou a lembrar que, além de importante para as cidades que são cortadas pela rodovia, a obra tem um componente importante para o desenvolvimento e para a economia.
– Esta duplicação, nós temos clareza, vai além do escoamento das cargas do Porto de São Francisco do Sul. Ela vai beneficiar a população de São Francisco do Sul, Araquari, Guaramirim, Corupá e Jaraguá do Sul. É um momento muito bom para a população de Santa Catarina. É uma obra muito demandada há muito tempo e não realizada.
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Foi Dilma que, cinco anos e sete meses atrás, quando ainda era ainda ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula, prometeu a duplicação a uma plateia de 470 lideranças políticas e empresariais do Norte do Estado, no Painel RBS, em Joinville.
Ainda longe de ser a realização da promessa, a assinatura das obras de serviço na terça-feira põe um ponto final nos enrolados capítulos desde 2000, quando o governo federal reassumiu a responsabilidade sobre a estrada.