Duas pessoas investigadas por agredirem a equipe da NSC TV na praia do Campeche, em Florianópolis, na manhã da última segunda-feira (2) foram interrogadas pela Polícia Civil nesta quinta-feira (5), em inquérito que apura o ataque. Outras quatro testemunhas também foram ouvidas. O terceiro suspeito identificado, por sua vez, prestará depoimento através de carta precatória – será ouvido na cidade onde reside, na Serra catarinense, pela polícia local. 

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Os três são investigados por atacarem a repórter Bárbara Barbosa e o cinegrafista Renato Soder enquanto os profissionais registravam imagens de desrespeito aos decretos estadual e municipal que estipulam regras contra a pandemia de coronavírus. Na ocasião, a repórter teve o celular tomado das mãos à força, foi cercada e chegou a ficar com marcas de agressões nos braços.

Entre as pessoas que cercaram a jornalista, duas foram identificados no mesmo dia. Segundo Bárbara Barbosa, o casal que iniciou o ataque reside no Campeche, no Sul da Ilha de SC, e foi identificado com ajuda da população que denunciou os nomes após assistir ao vídeo das agressões. O terceiro investigado, foi identificado mais tarde.

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Conforme informações da delegada responsável pelo caso, Caroline Pedreira, da 6ª Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso da Capital, o trio pode ser indiciado por delitos de constrangimento ilegal, lesão corporal e infração de medida sanitária preventiva. Em relação ao teor dos depoimentos, a delegada não comentou. 

– Saliente-se que se trata de tipificação provisória, contida na portaria de instauração do inquérito, pois a investigação ainda está em andamento – disse a delegada.

Os nomes dos suspeitos identificados não foram divulgados pela polícia por causa da Lei de Abuso de Autoridade.

Confira o vídeo das agressões

Relembre o caso

A repórter Bárbara Barbosa e o cinegrafista Renato Soder estavam na praia do Campeche, no Sul da Ilha de SC, para apresentar a reportagem ao vivo da praia. Os profissionais foram cercados por pessoas que não queriam ser gravadas na praia, onde estavam descumprindo a determinação estadual que proíbe a permanência na faixa de areia.

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Algumas pessoas avançaram sobre a câmera, ameaçando quebrar o equipamento caso a equipe não parasse de gravar. Ainda ameaçaram os profissionais, caso as imagens fossem divulgadas. Depois, outras pessoas tentaram tirar das mãos da repórter o celular dela, que usava justamente para gravar a agressão.

Por fim, a repórter foi cercada por parte do grupo, teve o celular tirado das mãos à força e imobilizada pelos braços por homens que a deixaram com marcas da agressão. Os fatos aconteceram na frente de um posto salva-vidas.