Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a CBF da Nike/Futebol investigaram a Federação Catarinense de Futebol (FCF) e consequentemente o presidente Delfim Pádua Peixoto Filho, porém, até hoje, ele nunca teve sua administração abalada por essas investigações.

Continua depois da publicidade

Saiba como Delfim se manteve na luta pelo poder na CBF

Do Partidão à FCF: como Delfim se tornou influente em SC

Drama familiar se tornou o calcanhar de Aquiles de Delfim

Continua depois da publicidade

Há quase 15 anos a Câmara dos Deputados apurou a relação entre a CBF e a Nike por meio da CPI que ficou conhecida como CBF/Nike e também procurou irregularidades nas federações estaduais. Delfim esteve presente na CPI e defendeu as acusações contra a FCF. Esta CPI nunca teve um relatório final. Pouco tempo depois Aldo Rebelo – então deputado federal pelo PC do B-SP -, um dos relatores, divulgaria o que seria o relatório não aprovado: nele constava um pedido de indiciamento a Delfim, que nunca foi levado à frente.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE), por sua vez, investigou dois repasses do Fundesporte à FCF. No primeiro, para o aniversário de 80 anos da entidade, em 2004, o TCE suspeitou de irregularidades por causa do aumento do preço da festa devido ao comparecido de mais convidados do que o declarado. Porém, a entidade compreendeu que o valor estipulado pela empresa que prestou serviço de bufê em caso de extrapolar o número de convidados já estava em contrato e por isso não existiria irregularidade. Mesmo assim, a Federação Catarinense foi multada em R$ 1 mil por não ter apresentado os documentos necessários para a prestação de contas da publicidade do evento. A FCF recorreu da decisão.

Em outro, que também envolve dinheiro do Fundesporte, o TCE sugere que a entidade devolva R$ 850 mil. Esse dinheiro foi usado na construção da sede da FCF, em Balneário Camboriú, em 2007. Segundo o TCE há oito irregularidades na conduta de execução do projeto, fora dos padrões do plano de trabalho aprovado. Entre eles, o Tribunal de Contas contesta a construção da sede, isso porque falta um documento que prove a existência do prédio. No entanto, não há como negar a existência da sede da FCF e uma diligência está em andamento para esta comprovação burocrática.

Continua depois da publicidade

Outro problema seria que a nota de liberação do dinheiro foi feita antes do documento com o pedido chegar à entidade, o que mostraria a influência política de Delfim junto ao Fundesporte. Todos os apontamentos do Tribunal de Contas foram contestados pela FCF. O relatório ainda vai demorar a ser julgado.

O MPF, em 2011, abriu um inquérito para investigar crimes de sonegação fiscal, sonegação previdenciária, apropriação indébita e falsidade ideológica que envolviam a federação e consequentemente Delfim. O caso foi arquivado após ser negada pela Receita Federal uma investigação in loco.

Agora, com uma nova CPI do Futebol no Senado, comandada por Romário (PSB-RJ), a FCF voltará a ser investigada. Em entrevista ao DC no último sábado, o senador garantiu que as federações serão chamadas na CPI. Delfim mostra tranquilidade:

Continua depois da publicidade

– Ela está à disposição da CPI – garantiu o presidente da FCF.

Estadual sem campeão

Na Justiça Desportiva a FCF também tem polêmica. A mais recente é a final do Campeonato Catarinense de 2015. O empate por 0 a 0 entre Joinville e Figueirense deixou o Estadual sem campeão. Isso porque o Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina (TJD-SC) proibiu a homologação do título até que se resolva o imbróglio do caso do lateral-direito do JEC André Krobel.

Na última rodada do Hexagonal Semifinal, o Tricolor do Norte do Estado relacionou o atleta André Krobel. O atleta estava irregular porque já tinha 20 anos, mas ainda não tinha contrato profissional, obrigatório para jogadores a partir desta idade.

O Figueirense contesta a decisão na Justiça. Depois de dois julgamentos em SC, a decisão será tomada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no Rio de Janeiro, ainda sem data marcada. Mesmo sem campeão, Delfim entregou a taça para o JEC e viu o Furacão ir direto para o vestiário sem receber a medalha de prata.

Continua depois da publicidade

Leia mais notícias sobre Delfim