A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu a investigação sobre as suspeitas de irregularidades na contratação e execução do contrato de exploração dos estacionamentos rotativos de Florianópolis, conhecidos como Zona Azul. Ao todo, 12 pessoas foram indiciadas por crimes como peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O nome dos envolvidos não foi divulgado.

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Em 2013, uma empresa ganhou a concessão para explorar a Zona Azul até 2019. Durante esse período, segundo a investigação, ela deixou de repassar cerca de R$ 20 milhões ao município, sem que o servidor responsável pela fiscalização tomasse providências.

Ainda conforme o inquérito, os gestores da empresa omitiam valores arrecadados em espécie, que representavam quase metade do faturamento mensal (aproximadamente R$ 500 mil). Esses recursos foram usados para comprar bens luxuosos, pagar despesas pessoais e propinas, mantendo a prática criminosa por oito anos sem repasses ao município.

Em nota ao NSC Total, a prefeitura de Florianópolis frisou que o caso ocorreu na gestão anterior. A administração informou também que está revisando todos os contratos do município para que situações semelhantes “não se repitam”.

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Como funcionava suposto esquema de enriquecimento com a Zona Azul de Florianópolis

Início das investigações

No final de 2018, a empresa entrou com uma ação cível para reajustar os preços, alegando necessidade de reequilíbrio econômico. No entanto, a investigação revelou que a empresa era lucrativa e superavitária. O grupo usava outras empresas e laranjas para lavar o dinheiro, conforme a Polícia Civil.

A Câmara de Vereadores chegou a criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), em 2019, para investigar o caso. Em outubro daquele ano, os proprietários e gestores da empresa tentaram remover computadores e documentos da sede, mas foram impedidos pela CPI. Esse material foi entregue à DEIC, iniciando as investigações.

Durante a investigação, foram realizadas duas operações, analisados computadores, documentos, smartphones, dados bancários e fiscais, além de cumpridos 48 mandados de busca e apreensão e o sequestro de bens para garantir a reparação ao município.

Veja a nota da prefeitura na íntegra

A Prefeitura de Florianópolis lamenta o caso ocorrido em gestões anteriores e destaca que trabalha em conjunto com a Polícia Civil e órgãos responsáveis para que situações como essa não se repitam. Criou também, em 2023, a controladoria geral que está revisando todos os contratos do município“.

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