Apesar de o auxílio financeiro levar um pouco de conforto aos familiares das vítimas, um ano após a tragédia no Ninho do Urubu ninguém foi criminalmente responsabilizado pelo incêndio que matou 10 garotos no CT do Flamengo, no Rio. Um relatório pedindo o indiciamento de pessoas do clube foi entregue ao Ministério Público em 2019. Porém, o órgão devolveu o documento e pediu complemento às investigações.
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– É uma questão complexa, que envolve muita gente, crianças, então é natural que isso se estenda por um período relativamente grande para que se tenha certeza absoluta e se possa apurar efetivamente quem são os responsáveis e os culpados pelo que aconteceu no incêndio – diz o advogado Thiago Camargo D’Ivanenko.
Uma semana antes de a tragédia completar um ano, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, o vice geral e jurídico, Rodrigo Dunshee, e o CEO do clube, Reinaldo Belotti, responderam a uma série de perguntas em um vídeo transmitido pela Fla TV, o canal oficial do clube no Youtube.
Questionado se o clube chegou a afastar algum funcionário após a tragédia, Landim disse que isso nunca aconteceu:
– Encaramos o acidente como oportunidade de melhoria. Então, a gente queria identificar as causas para eliminá-las, para que isso nunca mais pudesse acontecer. Essa sempre foi a nossa grande preocupação – afirmou.
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Questionado sobre um possível prazo para o desfecho de todos os acordos em aberto, Landim afirmou que é “impossível dizer” quando isso irá acontecer. Também afirmou que o clube estabeleceu um valor limite para a indenização e que não irá negociar além dele. A quantia não foi informada.
Relembre o caso
No dia 8 de fevereiro de 2019, o Brasil acordou perplexo. Um incêndio na madrugada daquela sexta-feira em um dos alojamentos do Centro de Treinamentos do Flamengo, o Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro, destruiu totalmente a estrutura e fez dezenas de vítimas. Dez garotos, com idades entre 14 e 16 anos, perderam a vida precocemente.
Entre os meninos que morreram, havia dois catarinenses: o goleiro Bernardo Pisetta, de Indaial, e o atacante Vitor Isaias, de São José.

Passado um ano da tragédia, as famílias ainda guardam na memória os momentos vividos ao lado dos garotos que, assim como muitos nas respectivas idades, lutavam para concretizar o sonho de um dia se tornar um jogador profissional de futebol.
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