As investigações preliminares da Aeronáutica Civil da Colômbia apontaram que o avião que caiu com a delegação da Chapecoense tinha sobrecarga, plano de voo irregular e o piloto demorou a relatar a situação de emergência. Detalhes da apuração foram divulgados pelas autoridades colombianas em coletiva à imprensa nesta segunda-feira.

Continua depois da publicidade

A investigação também constatou que a queda da aeronave ocorreu por falta de combustível, informação que veio à tona logo após a tragédia do último dia 29 de novembro. Com base em registros de gravação de voz do avião (voice recorder), os oficiais colombianos apontaram que a aeronave da companhia boliviana LaMia tinha peso superior ao permitido nos manuais, embora não tenha sido esta a causa do acidente.

Autoridades da Colômbia responsabilizam a Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia (AASANA) por ter aprovado o plano de voo, considerado irregular. Assim, foi aberto também processo contra a funcionária do aeroporto de Santa Cruz, de onde o avião decolou, por aceitar um plano de voo com o tempo de duração igual ao da autonomia de combustível — autoridades da Bolívia responsabilizaram somente a companhia e o piloto do avião, além de não terem apontado excesso de peso.

Segundo o coronel Freddy Augusto Bonilla, secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia, o piloto Miguel Quiroga estava ciente de que o combustível não era suficiente.

Conforme foi informado na coletiva à imprensa, a aeronave da LaMia contava com um sistema de baixa quantidade de combustível que fazia soar um alarme quando restasse 20 minutos de autonomia de voo. A tripulação, no entanto, reportou emergência apenas seis minutos antes da colisão

Continua depois da publicidade

—Eles estavam conscientes da limitação do combustível. Sabiam que não era suficiente — declarou Bonilla.

A investigação das autoridades colombianas ainda procura esclarecer as razões de interrupção da gravação apenas um minutos antes da queda.