A investigação que apura a conduta de um médico suspeito de matar pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Itajaí teve novos desdobramentos. A Polícia Civil cumpriu na última sexta-feira (8) mandados de busca e apreensão no Hospital Marieta Konder Bornhausen com o objetivo de entender se um “hackeamento” no sistema da instituição tem ligação com a atuação do profissional no que os policiais chamam de “abreviação de vidas”.

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Os agentes apreenderam alguns documentos do hospital e “logs do sistema” — dados de computadores que podem ajudar a encontrar informações passadas que, eventualmente, possam ter sido deletadas, por exemplo. 

Foi cumprido, ainda, um mandado de busca e apreensão no apartamento onde o médico suspeito de matar os pacientes mora. Todo o material foi levado para o Instituto Geral de Perícias (IGP) que deve encaminhar um relatório à Delegacia de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí.

Relembre

Em agosto do ano passado a colunista Dagmara Spautz trouxe com exclusividade a informação de que um médico havia sido suspenso do Conselho Regional de Medicina (CRM) por suspeita de ter forçado a morte de ao menos oito pacientes na UTI do Marieta. Os casos teriam ocorrido entre os anos de 2017 e 2019.

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À época, a informação era de que o Ministério Público (MPSC) já havia pedido para que o médico fosse proibido de exercer atividades na saúde pública de Itajaí. De acordo com nota publicada pela Polícia Civil na última sexta-feira (8), a Justiça fixou uma medida cautelar em que impede essa atuação e veta, também, que o investigado dê aulas e atue não gestão ou administração hospitalar.

O que diz o hospital

Confira nota enviada via assessoria de imprensa pela direção do Hospital Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí:

“No dia de hoje [último dia 8] a Polícia Civil esteve no Hospital Marieta investigando uma suspeita de meses atrás sobre a invasão de hacker no sistema. Como continuidade das investigações, vieram realizar perícia e coleta de dados. A direção não irá se manifestar sobre o caso que corre em sigilo judicial. E reitera que outras informações citadas na imprensa também não são passiveis de manifestação devido à confidencialidade e sigilo do processo”.