A polícia concluiu a investigação do assassinato da agente penitenciária Deise Alves e indiciou pelo menos 10 pessoas pelo homicídio. Entre elas estão os considerados mandantes do crime: Rudnei Ribeiro do Prado, o Derru, e Sebastião Carvalho Walter, o Cartucho, ambos presos. A investigação também confirmou que a ordem partiu do Primeiro Grupo Catarinense (PGC), apontado como responsável pelos ataques registrados em novembro em Santa Catarina.

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Depois de dois meses de apurações, a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) identificou que dois dos líderes do PGC estão mesmo à frente do crime que chocou a sociedade catarinense. Derru, preso por tráfico de drogas, homicídio, assalto, formação de quadrilha e furto, foi recentemente transferido para a Penitenciária Sul, em Criciúma. Seu ex-colega de cela e cunhado, Cartucho, cumpre pena por assalto e motim na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, em Florianópolis. Além deles, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os executores do assassinato. Dois já estão presos: Marciano Carvalho, o homem que teria atirado em Deise Alves e está detido desde o dia 30 de outubro, na Deic. Oldemar da Silva, o Mancha, estava foragido e foi preso pela Polícia Militar há pouco mais de duas semanas, quando comprava drogas na Vila Aparecida, no Continente, em Florianópolis. O terceiro suspeito da execução é Rafael de Brito, o Shrek, que teria fugido para São Paulo e segue desaparecido.

O homem que recebeu na rua a missão de matar e conseguiu a arma do crime – uma pistola 9 milímetros, até hoje não encontrada – é Fabrício da Rosa. Essa teria sido a condição para que Rosa conseguisse limpar o nome dele na facção, após ter delatado um comparsa para a polícia. Detido na Deic, também desde o dia 30 de outubro, teve sua prisão temporária convertida para preventiva.

Ordem partiu de dentro da penitenciária

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A agente penitenciária Deise Alves, 30 anos, não era o alvo, mas acabou executada com um tiro fatal no coração quando chegava na casa da mãe, em São José, na noite de 26 de outubro do ano passado. Ela foi morta no lugar do marido, o ex-diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, Carlos Alves, antigo desafeto dos presos. É lá que estão concentrados os principais líderes da facção PGC. E foi do pavilhão 4 que partiu a ordem para criminosos em liberdade executarem Carlos Alves. A orientação foi gravada por um dos presos em celular. O chip com o conteúdo teve como destino as mãos de uma advogada, responsável por repassar aos comparsas do PGC na rua o material que indicava os caminhos da execução.

Os detentos não gostavam do diretor linha dura, que mudou o perfil da unidade de segurança máxima, onde antes celulares e drogas costumavam chegar com facilidade às celas. O rancor contra Alves começou quando ele ainda era chefe de escolta na penitenciária.

A fação é apontada como autora dos 68 ataques registrados em novembro, quando ônibus, veículos, viaturas policiais e prédios públicos foram incendiados e baleados. Os atos criminosos teriam ocorrido como represália a supostas torturas de Carlos Alves contra detentos da penitenciária, duas semanas depois da morte da mulher.

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