Um dia após a prisão de Marcos Alexandre de Lima, 33 anos, por suspeita de estupro e pedofilia, a polícia identificou possíveis novas vítimas no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e oeste catarinense. O homem foi preso preventivamente na quarta-feira pela Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Balneário Camboriú e até então tinham sido identificadas 12 vítimas em Itajaí, Camboriú e Balneário Camboriú.

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Os novos casos vieram à tona com a divulgação da prisão. De acordo com o delegado Osnei de Oliveira alguns deles já estavam registrados na delegacia das respectivas cidades, mas não havia suspeito. Somente com a divulgação da maneira de agir de Lima, após sua prisão, a polícia passou a suspeitar que adolescentes em todas essas regiões foram coagidas a compartilhar imagens sensuais com o suspeito.

Uma vítima em Concórdia, no oeste do Estado, teve imagens capturadas pelo suspeito e estava sofrendo assédio dele. Um dos perfis falsos criados no Facebook pelo suspeito para se aproximar das adolescentes foi apontado por ela.

Em Balneário e Camboriú também surgiram novas possíveis vítimas nesta quinta-feira. Conselheiros tutelares passaram o dia atendendo mães com suas filhas adolescentes que teriam compartilhado imagens com o suspeito.

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– Pela manhã ouvimos uma adolescente que acabou sendo violentada quatro vezes por ele e que conhece outras jovens que também foram vítimas – conta o delegado Osnei Oliveira.

A polícia pedirá também a análise do material genético do suspeito para comparar com uma amostra coletada de uma vítima de estupro. O crime foi cometido em 2010 em Itajaí.

Confissão

Segundo a polícia, em depoimento, Marcos de Lima teria admitido que assediava adolescentes na internet para que essas lhe enviassem vídeos e fotos sensuais. Também teria confessado que manteve relações sexuais com duas delas. As relações ocorriam em consequência de grave ameaça, conforme o delegado, o que caracteriza o estupro.

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Oliveira explica que em determinados casos o suspeito enviava as imagens que tinha para as garotas e as chantageava. Em outro, chegou a postar os vídeos no Youtube na presença da vítima e prometeu retirar caso ela o satisfizesse.

O suspeito foi encaminhado ainda na quarta-feira ao presídio do Matadouro, em Itajaí, mas deve prestar novo depoimento na sede da DIC. Até a tarde de quinta-feira ele não havia apresentado advogado.

Entendo o caso

A investigação que culminou na prisão de Lima começou há cerca de três semanas a partir de uma denúncia. De acordo com a polícia, ele criava perfis falsos no Facebook com identidade de garotas para se aproximar das vítimas.

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Depois de fazer amizade ele fazia com que elas lhe enviassem imagens sensuais e passava a chantageá-las como as imagens para conseguir outras ou até encontros. As vítimas, entre 12 e 16 anos, relataram que ele estabelecia 20 encontros, mas caso elas indicassem outras jovens esse número reduzia.

Lima estava desempregado, ele é casado e tem uma filha. A prisão ocorreu em Brusque na casa dele. Lá foi apreendido material pornográfico e mídias com conteúdo indicativo de pedofilia.