Uma decisão judicial garantiu a liberação do corpo da menina indígena que teve a morte cerebral confirmada na noite da última segunda-feira, no Hospital Infantil de Joinville, quando uma investigação policial foi iniciada para apurar o que tirou a vida da criança.

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Assim, o corpo deixou a unidade de saúde e passou pelo procedimento de necropsia no Instituto Médico Legal. Agora, a delegacia da Polícia Civil de Araquari aguarda o resultado do laudo cadavérico para confirmar o que provocou a morte da pequena índia. A entrega do laudo deve levar cerca de dez dias.

Há dúvidas sobre a versão contada pelos índios que levaram a menina até a sede dos bombeiros voluntários da cidade, na madrugada de domingo, com a alegação de que ela teria sido atingida acidentalmente na cabeça por um rojão.

Por enquanto, a Polícia Civil não descarta a hipótese de que a vítima tenha sido atingida por um disparo de revólver, o que caracterizaria um assassinato.

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Apesar de ser fundamental para o esclarecimento do caso, a elaboração do laudo cadavérico teve de esperar mais do que o necessário porque a cultura indígena tem um entendimento diferente sobre a vida e a morte, atrasando a liberação do corpo – por estar ligada a aparelhos antes de seguir para o IML, familiares consideravam que a criança ainda estava viva.

Inconformismo

Os familiares da garota de nove anos puderam ainda nesta quarta-feira dar início aos procedimentos para realizar os rituais de sepultamento dela em Araquari, conforme a tradição guarani, mas houve insatisfação entre os indígenas.

Segundo a reportagem apurou com a coordenação da Funai na região, membros da aldeia ficaram inconformados com os procedimentos médicos e legais adotados após a confirmação da morte cerebral, que desrespeitariam a cultura indígena.

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