A 5ª Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) concluiu a primeira parte de depoimentos na investigação que apura a morte de Plínio Zalewski, que coordenava o plano de governo de Sebastião Melo (PMDB).
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Informações reunidas nos depoimentos indicam que quando o prédio do comitê da campanha foi fechado, às 18h do domingo, dia 16, Zalewski já estaria dentro do banheiro onde foi encontrado morto na tarde do dia seguinte. Cruzando essa informação com os resultados da perícia, a investigação estima que o coordenador tenha morrido por volta das 15h de domingo.
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Conforme a delegada Luciana Peres Smith, o comitê tem alarme com sensor interno de movimento, que foi acionado naquele dia. Portanto, se alguém tivesse caminhado no interior do prédio depois das 18h, o alarme teria disparado, o que não ocorreu. Além disso, as chaves do imóvel e a senha do alarme eram de acesso restrito a algumas pessoas e isso não incluía Plínio.
— O prédio foi fechado às 18h, e o alarme não disparou. Possivelmente, ele estava dentro do banheiro, e ninguém se movimentou depois do horário que fechou — explicou a delegada que conduz a investigação.
É provável também que Zalewski já estivesse morto quando o expediente daquele domingo foi encerrado no comitê. Pelas condições em que o corpo foi encontrado (a rigidez cadavérica), pelo horário em que as testemunhas dizem terem visto Zalewski pela última vez (entre 14h30min e 15h) e pelo horário da última visualização do WhatsApp no celular dele (14h37min), a polícia trabalha com 15h de domingo como horário aproximado da morte.
Havia pelo menos uma pessoa trabalhando em uma sala próxima ao banheiro. Ninguém ouviu barulho ou gritos no local. A única coisa que as testemunhas lembraram foi de que aquele banheiro estava trancado e não pôde ser usado.
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O fato, no entanto, não chegou a despertar suspeitas no domingo, pois, segundo a polícia apurou, aquele banheiro costumava apresentar problemas hidráulicos. Portanto, seria natural estar fechado.
A delegada espera o resultado conjunto de várias perícias para verificar a necessidade de buscar novas testemunhas ou reinquirir quem já prestou depoimento:
— Aguardo o conjunto de resultados da necropsia, do local de crime e do bilhete. Se a prova técnica disser que há alguma dúvida, algo contrário a linha de suicídio, se a escrita não for compatível com a dele ou se a análise do celular mostrar algo diferente, faremos novos depoimentos. Com todos elementos que se tem até agora, é muito difícil ter a presença de uma segunda pessoa na cena do crime. Se estivesse sendo agredido, ele teria gritado e a pessoa que trabalhava perto do banheiro teria ouvido.
Plínio foi encontrado morto por volta das 14h de segunda-feira, dia 17. A porta do banheiro estava trancada por dentro. A polícia já tomou o depoimento de cerca de 15 pessoas. Falta apenas uma testemunha, que está doente. A delegada ainda não pôde analisar os dados do telefone celular de Plínio, pois aguarda autorização judicial. Quando o Judiciário liberar o acesso, Luciana poderá verificar ligações, trocas de mensagens e outras informações do telefone.
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A existência de imagens que pudessem mostrar o movimento de pessoas entrando e saindo do comitê foi descartada pela investigação. O prédio não tinha câmeras. Policiais fizeram buscas por equipamentos de rua e constataram que nenhum captava a região da entrada do comitê.
* Zero Hora