A catarinense BRF, uma das maiores indústrias de alimentos do mundo, nascida da fusão entre Sadia e Perdigão, registrou queda de 40,5% no lucro em 2012. Mas este resultado pouco afetou o mercado financeiro. Confiando no futuro da companhia, investidores pagaram alto pelas ações da empresa em 2012.
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Rafael Costa, analista de mercado e economista na Próprio Capital, explica que o mercado financeiro estava ciente da situação da empresa, que aumentou custos e despesas para executar a integração das marcas e sofreu pressão de custos com o aumento do milho e do farelo de soja no ano passado.
Para o economista, a apresentação do balanço da BRF segunda-feira, em São Paulo, onde os executivos mostraram que vão investir, conseguir repassar a alta de preços e consolidar a fusão em 2013, satisfez os investidores.
– O mercado financeiro está pagando pela empresa que surgirá. É interessante perceber que até investidores famosos, como Warren Buffet, um dos maiores do mundo, têm se interessado pela BRF. O mercado não está comprando o que a empresa é hoje, mas o futuro dela – analisou Costa.
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O indicador EBITDA (lucro antes do desconto de juros, impostos, depreciação e amortização) fechou 2012 com queda de 17,4% frente a 2011.
Estratégias da empresa para 2013
Durante o lançamento do balanço, o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Leopoldo Saboya, descreveu 2012 como um ano excepcional pela necessidade de construção da fusão da empresa em um cenário complexo. Como observa Rafael Costa, o indicador mais importante, o lucro líquido, deverá ser considerado como um dado temporário.
O vice-presidente de Mercado Interno, José Eduardo Cabral, disse que a expectativa da empresa para 2013 é de um crescimento mais sólido. Ele espera que os preços dos grãos comecem a cair e o mercado, a se acomodar.
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Entre as estratégias para o ano, a BRF prevê aumento no portfólio de produtos, agregação de valor às mercadorias e mais visibilidade para a marca Perdigão, em um ano em que ela terá que avançar com a fusão.
