O litoral de Santa Catarina registrou nos últimos dias o aparecimento de vários animais vindos de lugares mais frios, como pingüins e lobos-marinhos. Com a chegada do inverno no hemisfério Sul, as espécies migram ao lado de cardumes de peixes até regiões mais quentes, aproveitando as correntes marítimas.
Continua depois da publicidade
A sugestão desta notícia foi repassada por um leitor. Participe você também
De acordo com o sargento da Polícia Ambiental Marcelo Duarte, esses animais, geralmente jovens, chegam cansados, feridos e até mortos ao litoral brasileiro. Segundo ele, o melhor a se fazer depois de encontrar um deles na praia é comunicar a polícia. O contato pode ser feito pelo telefone de emergência da Polícia Militar, o 190. De lá, o caso será encaminhado para o setor mais apropriado.
Duarte é responsável pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), no Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis. O centro, criado em uma parceria entre a Polícia Ambiental e o Ibama, recebe cerca de dois mil animais por ano e em torno de 25% deles chegam pelo mar no inverno.
Os animais recebem tratamento para ser liberados quando estiverem saudáveis. Aqueles que não conseguem se recuperar são doados a zoológicos ou criadores autorizados.
Continua depois da publicidade
Pingüins chegam mortos ou doentes
Se alguém encontrar um pingüim, Duarte orienta que o animal seja colocado em uma caixa de papelão até a chegada da polícia.
– As pessoas costumam associar pingüins ao frio e colocam o animal em uma bacia com gelo e água. Isso é errado. A proteção da pele do pingüim fica reduzida porque muitos deles chegam do mar sujos de óleo. Mais frio só piora o estado do animal – explica Duarte.
Dos 12 pingüins que foram levados ao Laboratório de Reabilitação de Aves e Mamíferos Marinhos da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) em Penha, no Litoral Norte, um chegou morto, dois morreram após o início do tratamento e nove ainda recebem cuidados. Um deles foi achado com o corpo recoberto de petróleo e outros foram encontrados com vestígios de ingestão do óleo.
Nesta quarta-feira, três carcaças de pingüins apareceram na Praia do Araçá, bairro de Porto Belo, também no Litoral Norte. Próximo aos animais mortos, estava uma tartaruga marinha, em estado de decomposição.
Continua depois da publicidade
Com mais três pingüins trazidos por moradores na terça-feira, o número de aves vivas e mortas que apareceram entre Bombinhas e Balneário Piçarras, desde sexta-feira, chega a 17. Nove estão recebendo tratamento na Univali, em Penha, e três no zoológico da Santur, em Balneário Camboriú.
Lobo-marinho é o segundo mais encontrado
Nesta quarta-feira, dois lobos-marinhos foram encontrados em Imbituba, no Sul de Santa Catarina, e na praia da Armação do Pântano do Sul, em Florianópolis. O animal capturado na capital catarinense recebe tratamento e vai ser solto na manhã de sexta-feira na Praia do Moçambique. De 20 a 25 exemplares do mamífero chegam ao Cetas todos os anos.
Caso um lobo-marinho esteja na praia, o sargento Duarte recomenda que ninguém se aproxime e que a Polícia Ambiental seja chamada. Segundo ele, a mordida do animal pode causar ferimentos graves.
– Também não se deve jogar água. O recurso é usado apenas quando uma baleia encalha. Jogar água em um lobo-marinho impede que o animal descanse – afirma o sargento.
Continua depois da publicidade