Fabricantes nacionais estão preocupados com a desindustrialização provocada pela invasão dos produtos chineses nos últimos anos. Levantamento da Comissão de Defesa da Indústria Brasileira (CDIB) aponta que, na última década, várias fábricas fecharam as portas após o avanço das importações chinesas.
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No segmento de escovas, por exemplo, das 40 empresas que há 10 anos estavam no mercado, apenas duas mantêm as atividades industriais. Para o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Vassouras, Escovas, Pincéis e Similares (ABVEP) e membro fundador da CDIB, Manolo Canosa, a desativação do parque industrial significa a “morte” do setor com perdas irreparáveis, incluindo de empregos.
– Quando se desativa uma indústria, independentemente do setor, perde-se toda a mão de obra técnica porque o segmento morreu. Daqui a pouco, não vai existir indústria para gerar empregos. A cada produto comprado da China, se exclui um emprego no Brasil – lamenta Canosa.
Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, a desindustrialização provocada pelo aumento das importações chinesas representa uma tendência. Com o dólar em baixa, os produtos importados ficam mais baratos e as mercadorias nacionais perdem espaço no mercado interno.
– O governo deixou claro que a preocupação maior é manter a inflação baixa e não com o comércio exterior. As medidas de estímulo são bem-vindas, mas são insuficientes – avalia Castro.
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O empresários destacou ainda que o problema cambial é agravado pela falta de apoio governamental às indústrias nacionais.
– O câmbio é um problema por causa da nossa infraestrutura insuficiente e onerosa. O sistema tributário arcaico e pesado, o alto custo financeiro e a burocracia são fatores que tornam o problema cambial ainda maior – afirma o presidente da AEB.