Intervenção em cooperativa de crédito e assaltos a caixas eletrônicos deixam população de Luis Alves sem dinheiro

A população de Luis Alves, no Vale do Itajaí, está quase sem dinheiro, sem lugar para pagar as contas e precisa suportar longas filas na única lotérica da cidade e nos Correios para fazer algumas poucas transações bancárias. A situação é a soma de problemas que se acumulam desde o final de 2012. Não bastasse a intervenção do Banco Central na Cooperativa de Crédito Rural do Litoral, Vale do Itajaí e Norte Catarinense (Credialves), que bloqueou o dinheiro de boa parte dos 10,4 mil habitantes, em 6 de dezembro, no dia 29 do mesmo mês, em ação simultânea, os caixas eletrônicos das agências do Banco do Brasil e do Bradesco foram dinamitados.

O técnico em refrigeração Vilson Perpétua revelou que tem muita gente com as contas atrasadas, pois os pagamentos, tanto nos Correios quanto na lotérica, são aceitos até determinado valor. Ele mesmo está com um boleto do cartão de crédito em aberto, pois ultrapassa os R$ 700 do limite aceito.

– Terei que ir a Blumenau ou a Itajaí e pagar o boleto no banco do cartão – destacou.

Todo o dinheiro que o agricultor Jorge Luiz Richartz usava como capital de giro e investimento em insumos está parado na Credialves. A sorte, segundo ele, é que não chegou a fazer nenhuma dívida grande e, com o que ainda tem para receber da venda do cultivo de bananas, consegue manter o sustento da família e continuar trabalhando.

– Só tive que fazer um empréstimo em outro banco para pagar um cheque na loja de material de construção. Nunca tive o nome sujo na praça e não vai ser agora. Um amigo emprestou a conta para os compradores depositarem.

A família Tibolla não precisou de empréstimo, mas está contando com o cartão de crédito e débito da filha para garantir a compra de alimentos do mês e outras necessidade menores. Quarta-feira, o casal Áurea e Joacir Tibolla passou mais de três horas na agência dos Correios para quitar algumas contas. Dinheiro vivo mesmo, só em cidade vizinha.

O Banco do Brasil passa por reforma e faz somente transações que não envolvem dinheiro. Saques, depósitos e pagamentos não estão sendo realizados. A previsão dos funcionários locais é de que, até o final de janeiro, todas as operações estejam funcionando. A previsão dos caixas eletrônicos é para o final da primeira quinzena de fevereiro.

A agência do Bradesco estava fechada e também passava por reformas. Contudo, segundo a assessoria de comunicação do banco, em São Paulo, a agência já está com o atendimento normalizado. Os dois caixas eletrônicos danificados devem ser instalados até o fim deste mês.

Mesmo com atendimento restrito, correntistas do Banco do Brasil podem recorrer aos serviços oferecidos junto aos Correios, enquanto os clientes do Bradesco têm atendimento expresso em pontos comerciais no Centro e na Vila do Salto.

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